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    Tumor de esôfago: conheça os sintomas e formas de tratamento

    O tumor pode ser benigno ou maligno (câncer) e entre seus fatores de risco estão o tabagismo, consumo de bebidas alcóolicas, doença do refluxo gastroesofágico e obesidade

    Gabriela Maraccinida CNN

    O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica revelou ter sido diagnosticado com um tumor de esôfago. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (29), em que contou que o diagnóstico foi feito após um check-up. No entanto, ele não deixou claro se o tumor é maligno (câncer) ou benigno.

    Esse tipo de tumor ocorre pela transformação descontrolada das células que revestem o esôfago, tubo que liga a garganta ao estômago. Um tumor benigno não é cancerígeno e não tem capacidade de se espalhar para outras partes do corpo, enquanto o maligno é cancerígeno e pode sofrer metástase (se espalhar para outros órgãos).

    Entre os fatores de risco mais comuns associados a esse tipo de tumor está a irritação crônica do esôfago, que pode ser causada pelo tabagismo, consumo de álcool, obesidade e doença do refluxo gastroesofágico.

    “O consumo de bebidas muito quentes e condições genéticas específicas como a tilose também aumentam o risco do desenvolvimento desse tipo de tumor. Nos últimos anos, a obesidade associada a refluxo gastroesofágico crônico também tem sido atribuída a fator causal, sobretudo de tumores de junção esofagogástrica”, afirma Thiago Assunção, oncologista especializado em câncer de esôfago do IPC (Instituto Paulista de Cancerologia).

    No caso do câncer de esôfago, existem dois tipos principais: os carcinomas de células escamosas, que ocorrem com mais frequência nas porções superior e média do esôfago; e o adenocarcinoma, que começa nas glândulas secretoras de muco no esôfago, na porção inferior do esôfago.

    Sintomas de câncer de esôfago

    Inicialmente, o câncer ou o tumor de esôfago pode não apresentar sinais. No entanto, conforme a doença avança, podem surgir sintomas como:

    • Disfagia (dificuldade para engolir);
    • Dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito);
    • Dor torácica;
    • Queimação na garganta ou no peito;
    • Sensação de obstrução à passagem do alimento;
    • Náuseas e vômitos;
    • Perda de apetite;
    • Tosse crônica;
    • Rouquidão.

    “Caso esses sintomas se tornem recorrentes, é preciso ir ao médico. O diagnóstico será feito por meio da história clínica, exames de imagem, endoscopia digestiva alta, biópsia e alguns testes adicionais, a depender do caso”, comenta Assunção.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico do tumor ou câncer de esôfago é feito através de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos e pode ser feito tanto em pessoas com sinais e sintomas da doença, quanto em pessoas assintomáticas (por meio dos exames de rotina ou rastreamento, no caso de pessoas com alto risco para a doença). O diagnóstico precoce, ou seja, feito nas fases iniciais do tumor, é essencial para um bom prognóstico, principalmente no caso de câncer.

    Entre os exames que podem ajudar a detectar o tumor de esôfago estão:

    • Endoscopia digestiva (permite a coleta de biópsia para análise posterior);
    • Ultrassonografia;
    • Tomografia computadorizada.

    Tratamento de tumor de esôfago

    O tumor de esôfago pode ser tratado com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada. O tratamento cirúrgico consiste na realização de esofagectomia, que é a remoção total ou parcial do tumor e da margem de segurança (área adjacente com tecido normal).

    A esofagectomia pode ser transhiatal, na qual o esôfago é removido por meio de incisões no abdômen e no pescoço, sendo bastante usada no tratamento de adenocarcinomas. Há também a esofagectomia transtorácica, na qual o órgão é retirado através de incisões no tórax e no abdômen, sendo mais utilizada no tratamento de carcinomas de células escamosas.

    “As duas formas de cirurgia podem ser realizadas tanto por via aberta/convencional ou de maneira minimamente invasiva. Porém, quando se emprega a minimamente invasiva – por endoscopia ou laparoscopia, as incisões são bem menores, resultando em menor risco de sangramento, menos dor e mais rápida recuperação”, destaca cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica) e titular do Hospital de Base, de Brasília.

    A escolha do melhor tratamento é feita considerando o estadiamento do tumor (fase em que a doença é diagnosticada) e as condições gerais de saúde do paciente.

    Dados do levantamento SEER do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (NCI) apontam que quase metade (48,1%) dos pacientes com câncer de esôfago descoberto em fase inicial chegam aos cinco anos de sobrevida após o tratamento. “Aumentar as taxas de diagnóstico precoce é a principal medida para redução de mortalidade por câncer de esôfago”, afirma o presidente da SBCO.

    Um alerta importante é que, ainda segundo o NCI, quatro entre dez casos de câncer de esôfago são diagnosticados já com a ocorrência de metástase.

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