Três vacinas contra COVID-19 já são testadas em humanos; OMS monitora outras 67
Imunização prévia deve ser melhor forma impedir o avanço da COVID-19; primeiros resultados são esperados para novembro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora o desenvolvimento de 70 vacinas que têm como objetivo a prevenção contra o novo coronavírus. Dessas, 3 já iniciaram estudos clínicos com testes em humanos.
A informação consta em um documento divulgado pela OMS, que avalia o cenário mundial de estudos de vacinas contra a COVID-19. O levantamento preliminar aponta que outras 66 drogas estão em fase de estudos pré-clínicos e 1 já recebeu autorização para os testes, mas ainda não recrutou candidatos.
O estudo mais avançado é desenvolvido pela empresa chinesa CanSino Biological e pelo Instituto de Biotecnologia de Pequim, com financiamento do Ministério de Ciência e Tecnologia da China, a partir de uma droga originalmente usada na prevenção ao ebola.
Essa pesquisa está na fase 2 e contará com a participação de 500 voluntários que serão recrutados na cidade de Wuhan, onde o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez em dezembro do ano passado. A expectativa é que os resultados dessa etapa sejam divulgados seis meses após o início dos testes.
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A fase 1 dessa pesquisa foi realizada com 108 voluntários, com entre 18 e 60 anos, sem anticorpos para COVID-19, com boa saúde pulmonar, que testaram negativo para HIV e que também eram moradores de Wuhan entre os dias 16 e 31 de março.
Os outros dois estudos que já iniciaram testes em humanos são desenvolvidos por empresas norte-americanas.
O primeiro, da Inovio Pharmaceuticals – que recebeu autorização do governo para testar em 40 humanos após estudos com animais mostrarem respostas imunológicas promissoras – é desenvolvido no Missouri e na Pensilvânia, com previsão de conclusão em novembro de 2020.
O segundo, da Moderna Therapeutics, é patrocinado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos e testa uma vacina com duas doses em 45 indivíduos nos estados de Geórgia, Maryland e Washington. A previsão é que o estudo seja concluído em junho de 2021.
Ainda de acordo com o documento, grandes grupos farmacêuticos, como Pfizer e Sanofi, também desenvolvem análises em fase preliminar de potenciais vacinas contra o novo coronavírus.