Transplante do Faustão: Entenda o papel dos medicamentos para evitar rejeição de coração
Remédios servem para controlar rejeição e devem ser administrados com cuidado para evitar risco de infecção, dizem cardiologistas
O apresentador Fausto Silva, que esperava por um transplante cardíaco para tratar de uma insuficiência cardíaca, recebeu um coração e foi operado no hospital Albert Einstein domingo (27).
Em nota assinado pelos médicos Fernando Bacal, Fábio Antônio Gaiotto e Miguel Cendoroglo Neto, a unidade hospitalar disse que as horas subsequentes à cirurgia seriam importantes para o “acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição” do coração transplantado. Faustão, que tem 73 anos, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Em entrevista à CNN, o presidente do InCor e apresentador do Sinais Vitais, Roberto Kalil, afirmou nesta segunda-feira (28) que a rejeição de órgãos transplantados, que antes era um dos grandes problemas apresentados pelo processo, hoje é evitada com a administração de medicamentos imunossupressores nos pacientes.
“Hoje em dia se começa um pós-operatório convencional de cirurgia cardíaca associado a algumas drogas, como corticoides e, principalmente, os imunossupressores — que são dados no primeiro dia após o transplante”, relatou.
A cardiologista da Rede D’Or e do hospital Sírio-Libanês Stéphanie Rizk, também em entrevista à CNN, explicou que o tratamento com esse tipo de medicação precisava ser feito com cuidado, para que ele não tenha como consequência infecções que comprometam o estado do paciente.
“Por mais que o órgão seja compatível, o paciente não deixa de ter um órgão estranho dentro dele. Ele precisa tomar uma medicação para evitar que o organismo rejeite aquele novo coração dentro dele. São os remédios imunossupressores. É sempre aquela balança da rejeição vs infecção. Você não pode tomar remédio para imunossuprimir demais seu organismo a ponto de estar mais suscetível a uma infecção grave”, explicou.
Outros problemas causados pelos imunossupressores também foram destacados pela cardiologista, como:
- Insuficiência renal;
- Neoplasia, ou seja, câncer;
- Doença vascular do enxerto.