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    Traição pode gerar impactos negativos para a saúde mental; psicóloga explica

    Especialista conta que sintomas podem ser semelhantes ao de transtorno de estresse pós-traumático; entenda

    Bárbara Carvalhocolaboração para a CNN , São Paulo

    Nesta semana, um assunto ganhou força nas redes sociais: a suposta traição do jogador Neymar com a namorada, Bruna Biancardi. O fato da influencer estar esperando o primeiro filho do casal e da “infidelidade” ter acontecido na véspera do Dia dos Namorados fez com que a história ganhasse ainda mais peso.

    Para a psicóloga e mestre em psicologia e saúde Ana Streit, o impacto das consequências negativas da quebra de confiança pode afetar diretamente a saúde mental da pessoa traída.

    “Alguns estudos apontam que uma traição pode gerar em quem foi traído um quadro de sintomas muito semelhante ao do TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático). Isso quer dizer que, emocionalmente e fisicamente, quem foi traído experimenta reações de um pós-trauma, como alguém que foi assaltado ou sofreu um grave acidente de carro, por exemplo. Nesta situação, pensamentos recorrentes e ruminativos sobre a traição geram a sensação de vulnerabilidade e perda de controle em quem sofreu o trauma”, comenta a especialista.

    Além disso, de acordo com a psicóloga, a traição pode desencadear quadros de ansiedade e hipervigilância, como problemas de sono, concentração, isolamento, raiva ou desejo de vingança.

    “É exatamente o que mostra o estudo publicado no Sexual Addiction & Compulsivity, que revelou que as esposas dos homens que tinham um alto padrão de infidelidade, quando confrontadas aos eventos de deslealdade de seus parceiros, experimentaram sintomas de estresse semelhantes aos vividos pelos indivíduos com TEPT.”

    Como evitar que uma traição aconteça?

    Superar uma traição é um processo longo e desafiador. Por isso, afim de evitá-la, é preciso que o casal construa uma relação com alta métrica de confiança e conexão. Quanto maior essa métrica, menor a chance da infidelidade ser tida como uma possibilidade presente na mente das pessoas no relacionamento, pois os esforços de ambos estarão no fortalecimento da relação, diz uma das dicas da especialista.

    Segundo a psicóloga, diálogo e sinceridade são sempre bons aliados em uma relação amorosa. “Com uma alta métrica de confiança, ambos experimentam a sensação de ter uma base sólida, o que aumenta a probabilidade do relacionamento permanecer feliz a longo prazo. Uma métrica baixa de confiança indica que o casal precisa ter conversas honestas sobre a relação, sobre o quanto confiam um no outro e estão dispostos a construir mais transparência e investimento na relação, seja sozinhos ou buscando ajuda especializada, como uma terapia de casal”, explica.

    Ana Streit enfatiza, ainda, a importância da ajuda psicológica ou psiquiátrica para superar um trauma causado por uma traição. “Duas atitudes são essenciais: acionar a rede de apoio, amigos, família, pessoas que possam acolher e oferecer apoio físico e emocional, enquanto o indivíduo se reestrutura, e buscar tratamento profissional para que possa se recuperar do trauma. O acompanhamento especializado tem o objetivo de fazer a pessoa ter eficácia e agilidade para lidar com a ferida do apego que é a traição, bem como não se perder em meio a dor e ao sofrimento, podendo se reorganizar o quanto antes e seguir em frente.”

    As dicas de Streit revelam que o caminho da cura pode ser árduo, mas é possível. Com ajuda profissional, resiliência e determinação, qualquer indivíduo pode superar os impactos negativos de uma traição e redescobrir a confiança em um relacionamento.

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