Teste de Covid-19 desenvolvido pela UFRJ dá diagnóstico em menos de uma hora
Kit para identificar o coronavírus custa R$ 30 e identifica o vírus por cor
Pesquisadores do Instituto de Bioquímica Médica e do campus Duque de Caxias da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criaram um kit que identifica a presença de coronavírus a partir de amostras de saliva e de secreção nasal. O teste desenvolvido dá o diagnóstico em menos de uma hora e o custo é de apenas R$ 30.
A pesquisa foi financiada com recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ.
Chamado de Lamp-COVID-19, o kit amplifica o genoma viral em menos de meia hora e consegue encontrar até dez cópias do vírus considerando uma única amostra. A identificação é feita através de pedaços do RNA.
Segundo a pesquisadora e professora da universidade, Mônica Lomeli, esse tipo de exame pode ser uma alternativa em lugares com pouca infraestrutura, já que o resultado é obtido através de uma prática bem comum: o ‘banho Maria’.
“A pessoa cospe em um tubo, de preferência em jejum. É um diagnóstico molecular, não precisa de aparelhos caros, só um banho Maria em qualquer panela com água. Esquentamos e colocamos os tubos para aquecer.”, explicou a docente.
O diagnóstico é conferido de forma colorimétrica, ou seja, a partir da cor exibida pelo material. Se amostra ficar rosa, o resultado é negativo. Se ficar amarela, é positivo para a Covid-19. Exames realizados em 60 pacientes revelaram que a invenção é 100% eficaz quando comparada ao tradicional PCR, que é mais caro.
Além de ser acessível no sentido econômico, o teste tem indicação especialmente para as crianças, que geralmente tem dificuldade para realizarem o teste de PCR. A pesquisadora destaca que pessoas acamadas ou que precisam ser testadas com uma frequência maior também podem se beneficiar da descoberta.
“Pode ser realizado em crianças e adultos. Por ser realizado em saliva, pode ser usado para diagnosticar sobretudo crianças hospitalizadas, que precisam ser testadas diariamente.”, ressalta Lomeli.
Agora, as duas professoras responsáveis e os cinco estudantes da universidade pretendem enviar os kits de diagnóstico ao SUS para serem amplamente distribuídos. O grupo busca por parceiros para iniciar a produção em massa.
“Queremos muito tornar possível a comercialização dos testes, por isso estamos em busca de parceiros que nos ajudem a produzir em larga escala e distribuir nossa produção.”, contou a pesquisadora.