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    Terceira dose é necessária para combater as variantes da Covid, diz infectologista

    À CNN Rádio, Renato Kfouri chamou a atenção de que o aumento do número de casos no Brasil é “muito maior” do que o reportado

    Amanda Garcia

    O Brasil vive uma nova onda de Covid-19, segundo o infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri.

    Em entrevista à CNN Rádio, ele chamou a atenção para o fato de que “não estamos registrando a totalidade de casos, e há cada vez mais subnotificação, com as pessoas testando menos ou não reportando resultados de autotestes.”

    “O aumento de casos é muito maior do que o reportado, todos nós conhecemos pessoas que estão com Covid-19, é um momento de maior circulação”, ressaltou.

    Kfouri afirmou que o aumento também se reflete nos números de internações e mortes. “Voltamos ao patamar de 6 mil mortes por mês, e chegamos a reduzir para 3 mil, aproximadamente.”

    Segundo o diretor da SBIm, a maior dificuldade neste momento é a “compreensão de que o esquema primário de vacinação é de 3 doses.”

    “Temos boa parte da população somente com duas doses, mas, para a atual variante, a Ômicron, com as subvariantes b.a.4 e b.a.5, duas doses não são suficientes para proteção adequada”, completou.

     

    O infectologista defende que, além de incentivar a vacinação com esquema completo, incluindo a quarta dose para quem já está elegível, é importante também “associar as terapias que temos registros, antivirais e anticorpos monoclonais”, especialmente para as pessoas que ficam vulneráveis mesmo com a vacina, a exemplo de transplantados e quem tem mais de 80 anos.

    “Temos antivirais que funcionam, têm registro, mas estamos demorando para atender a população mais vulnerável.”

    Renato Kfouri também alerta que não é possível banalizar o número de mortos diariamente pela Covid-19.

    “Quando passamos de nível de 4 mil mortes por dia, para 200 mortes, parece sensação de tranquilidade, e tem se refletido no comportamento, como falta de uso de máscara, é um risco enorme, nenhuma doença infecciosa e prevenível por vacinação tem esses números”.

    *Com produção de Isabel Campos

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