Temos que agir preventivamente, diz Nicolelis sobre cancelar Réveillon e Carnaval
Neurocientista comenta decisão do governo da Bahia e da prefeitura de São Paulo de cancelar eventos
A chegada da variante Ômicron no Brasil, misturada à circulação já existente da variante Delta e novos casos de influenza, fazem necessário a realização de medidas preventivas para evitar aglomerações, segundo o neurocientista Miguel Nicolelis.
Na quinta-feira (24), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou à CNN que “seria irresponsável” fazer o Carnaval em 2022. No mesmo dia, a prefeitura de São Paulo cancelou 24 blocos que ocorreriam no período.
Em entrevista à CNN, Nicolelis afirmou que “sem dúvida nenhuma são decisões acertadas. Temos que agir preventivamente, porque, como todos os dados no mundo mostram, a nova variante tem um poder de infecção muito superior à Delta, e nós temos visto países como o Reino Unido pular de 50 mil casos para 120 mil casos por dia em menos de duas semanas”.
Segundo ele, com a circulação de duas variantes do coronavírus altamente infecciosas, e a influenza “mostrando a sua cara no Brasil”, “não há como reunir milhões de pessoas neste momento”.
Para o cientista, os primeiros efeitos desse cenário já estão sendo sentidos. “Alguns dias atrás começamos a ver a curva de atendimento nas UPAs da grande São Paulo aumentando dramaticamente, hospitalizações aumentando. É esse o drama”.
Nicolelis afirma que “qualquer tipo de grande aglomeração vai levar a surtos que podem fazer com que o país inteiro entre em uma nova onda”.
Para ele, uma nova onda no contexto atual seria “mais complicada”, já que haveria o risco das pessoas terem múltiplas infecções, por exemplo de Covid-19 e influenza, e “isso é muito preocupante”.
Na avaliação de Nicolelis, a cobertura vacinal no Brasil, onde cerca de 67% da população recebeu as duas doses, representa um patamar “respeitável”, mas ainda não é o ideal.
“O Reino Unido tem uma cobertura um pouco superior ao Brasil de duas doses, passaram de 70%, e assim mesmo, em menos de duas semanas, tiveram o salto de casos, e isso começou a gerar uma pressão no sistema hospitalar do país muito grande, a ponto de estarem cogitando novas medidas para depois do Natal”, diz.
Ele afirma que o Brasil ainda possui fragilidades nesse sentido, como uma grande quantidade de pessoas não vacinadas e outras com a segunda dose em atraso.
Nicolelis compara o cenário pós-festas de fim de ano no Brasil ao dos Estados Unidos após o feriado de Ação de Graças. Ele diz que “14 dias depois houve a explosão de casos, e podem chegar a 300 mil por dia nos próximos dias, porque teve um dos anos mais acelerados em termos de viagem”.
Com isso, o neurocientista afirma que é possível que o Brasil tenha um pico de casos nas duas semanas após o Réveillon, que será celebrado, mesmo que com restrições, em diversas cidades, entre elas o Rio de Janeiro.
“O caso do Rio de Janeiro é extremamente peculiar, não dá para entender o que acontece lá, porque marca-se festa para celebrar o fim da pandemia em setembro, cancela, cancela Réveillon, volta Réveillon. Agora o Carnaval está liberado sem restrições”, afirma.
“Não faz o menor sentido, não tem a menor lógica ter qualquer uma dessas celebrações de massa, porque só vamos pagar o preço em vidas humanas”.
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Saiba como realizar festas de fim de ano de forma mais segura contra a Covid-19, de acordo com orientações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Acesse a cartilha completa aqui. • Maxime/Unsplash
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Adultos devem estar com o esquema vacinal completo (duas doses) • Valter de Paula/Secom/PMU
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Crianças e adolescentes com 12 anos ou mais que já possam tomar a segunda dose devem procurar os postos de saúde • Adenir Britto/PMSJC
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Para quem for indicada a dose de reforço, siga o calendário, garantindo maior proteção • Breno Esaki/Agência Saúde DF
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Limite o número de pessoas de acordo com o tamanho do espaço para que não haja aglomeração • krakenimages/Unsplash
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Dê preferência aos espaços abertos e mais ventilados, com janelas abertas e ventiladores, sempre que possível, evitando o uso de ar-condicionado • Maddi Bazzocco/Unsplash
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Evite o uso de toalhas de pano. Tenha disponível sabão e papel para secagem de mãos no banheiro • Fran Jacquier/Unsplash
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Disponibilize álcool em gel logo na entrada e nos ambientes • Kelly Sikkema/Unsplash
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Deve-se proteger as crianças pequenas, que ainda não podem se vacinar, mantendo-as em lugares arejados • Tina Floersch/Unsplash
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Pessoas idosas ou imunossuprimidas devem estar preferencialmente em lugares mais arejados e utilizar máscaras • Christian Bowen/Unsplash
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Peça aos convidados que não compareçam se apresentarem sintomas, mesmo que leves • Getty Images (PeopleImages)
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Se nem todos estiverem vacinados, combine o uso de máscaras, o distanciamento físico de pelo menos 1,5 m e higienização das mãos com água e sabão • Anton/Unsplash
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Procure garantir condições para que todos possam comer, beber e conversar de forma mais protegida, como a distribuição das mesas e cadeiras e a separação por grupos para a ceia • Libby Penner/Unsplash