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    Telemedicina pode ajudar a prever surtos de doenças como dengue e Covid; entenda

    Relatório divulgado nesta quinta-feira (4) mostra como a telessaúde pode antever picos de infecções, como dengue e Covid-19, e preparar equipes médicas para a alta de atendimentos

    A telemedicina pode ajudar a prever surtos de infecções como dengue e Covid-19, através do aumento das consultas virtuais
    A telemedicina pode ajudar a prever surtos de infecções como dengue e Covid-19, através do aumento das consultas virtuais Imagem: Shutterstock | Ross Ellen

    Gabriela Maraccinida CNN

    A telemedicina pode ajudar a prever surtos de infecções como Covid-19 e dengue, auxiliando para uma tomada de decisão mais assertiva para agilizar o atendimento de pacientes diante da alta de casos. É o que mostra o relatório “Conexão Saúde Integral“, da Conexa, ecossistema de saúde integral, lançado nesta quarta-feira (4).

    O relatório traz informações sobre a relevância do crescimento da telessaúde no Brasil, desde o início da atuação da healthtech no país. Por meio de dados, o documento mostra como a telemedicina é capaz de impactar os pacientes, empresas parceiras e seguradoras de saúde.

    Segundo o relatório, o Health Analytics, uma plataforma de gestão de dados populacionais, pode ajudar a trazer insights sobre a situação epidemiológica de uma infecção e a prever eventuais surtos e epidemias.

    No caso da dengue, por exemplo, a plataforma identificou que a cada mil consultas realizadas em fevereiro de 2024, 57,2 eram de casos prováveis de dengue, o que representa um aumento de 718% em relação ao mesmo mês de 2023. Em fevereiro do ano anterior, havia sete pacientes com a doença a cada mil atendimentos, de acordo com o relatório.

    A plataforma também constatou que houve um crescimento de 245% nos casos de dengue de janeiro a fevereiro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Para Gabriel Garcez, diretor médico e vice-presidente de Saúde Física da Conexa, a análise de comportamento das solicitações de consulta “ajuda a prever quando haverá uma alta de casos, possibilitando o aumento da escala de profissionais e reduzindo o impacto na fila de atendimentos”.

    90% dos pacientes confiam no atendimento virtual

    O pronto atendimento virtual, oferecido pela telemedicina, também é eficiente para reduzir a ida de pacientes ao pronto-socorro físico em situações de surtos e epidemias, principalmente em quadros de menor complexidade.

    Do total de consultas pela plataforma, cerca de 88% dos casos são resolvidos por meio da telemedicina, reduzindo as idas ao pronto-socorro físico, de acordo com o relatório.

    Por meio de uma parceira feita com uma das maiores operadoras de saúde do país, a Conexa analisou dados de 57.130 atendimentos virtuais realizados no período de três meses. Desses, 94% receberam alta através da telemedicina — dessa parcela, 90% confiou no atendimento virtual e resolveu a questão de saúde sem ir ao pronto-socorro físico. Apenas 10% optaram por ir ao PS físico mesmo após a alta.

    Os casos de maior complexidade foram encaminhados ao pronto-socorro físico (6%). Desses, 43% realmente foram atrás do atendimento físico, enquanto 57% não realizaram atendimento presencial.

    De acordo com o relatório, a teleconsulta também ajuda a diminuir a ida de pacientes ao pronto-socorro físico em situações de surtos e epidemias de doenças, como Covid-19 e dengue, para quadros de menor complexidade. Na visão de Garcez, isso é relevante para a segurança do paciente diante de cenários de epidemia.

    “O principal fator é a confiança. Nós precisamos oferecer um serviço de qualidade porque o paciente tem que sentir que, ao evitar uma ida à emergência e realizar uma consulta online vai ter o mesmo cuidado e a mesma qualidade de atendimento que ele teria se fosse, por exemplo, na emergência de um hospital privado”, afirma o especialista.

    Além disso, a maior divulgação por parte das operadoras e empresas parceiras de que a telemedicina é uma opção viável para seus colaboradores e clientes.

    “Muitas das pessoas que se deslocam por uma a duas horas até o hospital, muitas vezes, tem uma queixa de baixa complexidade, de menor gravidade. Se ela está disposta a resolver isso de forma remota, dentro das limitações e possibilidades da telemedicina, ela precisa saber que tem acesso a esse serviço”, completa.