Só teremos rotina de volta quando todos aceitarem a vacina, diz epidemiologista
Fake news devem ser combatidas para que cada vez mais gente seja imunizada, defende Ethel Maciel
O brasileiro só poderá ter de volta a rotina pré-pandemia quando a maior parte da população estiver imunizada contra a Covid-19 e, quanto mais se retardar esse processo tentando escolher qual vacina tomar, mais vai demorar para isso acontecer, alerta a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Ethel Maciel, em entrevista à CNN neste sábado (10).
“Nesse momento importa a velocidade da vacinação. Aceitar a vacina que tiver quando formos chamados é fundamental para conseguir ter o controle da pandemia. Todos estamos cansados, todo mundo quer voltar à sua vida, mas só vamos fazer isso quando todos aceitarem a vacina”, explica.
Ela defende o combate às fake news com informação, em vez de punições como algumas cidades estão adotando para quem se recusa a tomar. “A melhor forma de convencer as pessoas é a informação. Nós estamos numa campanha já tão confusa, as pessoas estão recebendo muitas fake news nas redes sociais. Temos pessoas que receberam notícias de que a vacina pode até matar e não querem tomar por isso. A notícia é falsa, as vacinas são seguras”.
Ethel diz que não se deve temer os possíveis efeitos colaterais. “Os eventos pós-vacinais existem, mas são muito leves: dor de cabeça, no braço, no corpo. Precisamos fazer com que essa informação chegue às pessoas. Se a pessoa tiver inchaço, dor no peito e nas pernas, procure o serviço de saúde para que possam intervir e tudo vai se resolver. Algumas vezes, raras, precisamos de intervenção medicamentosa. Mesmo esses eventos mais graves podem ser medicados e são passíveis de solução.
A especialista, que foi uma das coordenadoras do Plano Nacional de Imunização, pede engajamento. “A gente precisa se unir para convencer aqueles que estão ainda indecisos que as vacinas são importantes. A vacina é segura, eficaz e a gente deve ir à unidade de saúde tomar.”