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    Sistema de transplantes do Brasil é reconhecido internacionalmente, diz cardiologista à CNN

    Médica ressaltou que a lista de transplante é única e tem como principal critério a gravidade do caso do paciente, não o meio de financiamento

    Flávio Ismerimda CNN

    São Paulo

    A cardiologista da Rede D’Or e do hospital Sírio-Libanês Stéphanie Rizk afirmou nesta segunda-feira (28), em entrevista à CNN, que o sistema de lista única de transplantes do Brasil é reconhecido internacionalmente.

    A fala vem na esteira das insinuações de que o apresentador Fausto Silva, que passou por um transplante ontem para tratar uma insuficiência cardíaca, teria furado a fila de espera de órgãos.

    Stéphanie ressaltou que a lista é única, de modo que o tempo de espera de cada paciente por um órgão não é influenciado pelo sistema de financiamento do transplante – seja ele pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por um plano de saúde ou de forma particular.

    “Se tem uma coisa que funciona no Brasil e a gente é conhecido internacionalmente, é a transparência da nossa lista do sistema público de transplante. O modelo econômico não interfere em absolutamente nada, é uma lista única que realmente leva em conta a gravidade do paciente”, explicou.

    A médica disse ainda que os principais riscos de complicações no pós-operatório de um transplante são a infecção e a rejeição – ambas controladas pela administração correta de imunossupressores.

    “Por mais que o órgão seja compatível, o paciente não deixa de ter um órgão estranho dentro dele. Ele precisa tomar uma medicação para evitar que o organismo rejeite aquele novo coração dentro dele, são os remédios imunossupressores. É sempre aquela balança da rejeição vs infecção. Você não pode tomar remédio para imunossuprimir demais seu organismo a ponto de estar mais suscetível a uma infecção grave”, explicou.

    Outros problemas causados pelos imunossupressores também foram destacados pela cardiologista, como:

    • Insuficiência renal;
    • Neoplasia, ou seja, câncer;
    • Doença vascular do enxerto.

    Como foi o transplante do Faustão?

    Faustão, de 73 anos, foi operado no início da tarde de domingo (27), no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

    A unidade de saúde informou, em boletim médico, que foi acionada pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada deste domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”.

    Segundo os médicos responsáveis, a cirurgia foi realizada com sucesso e Faustão permanecerá na UTI, pois “as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”.

    O órgão, que era de um homem de 35 anos, veio de Santos, no litoral paulista, de helicóptero. De acordo com a Secretária de Saúde de São Paulo, a partir do momento em que houve a disponibilidade do órgão, o sistema selecionou doze pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante.

    Destes, quatro tinham prioridade. Faustão ocupava a segunda posição nesta lista e recebeu o órgão depois de a equipe do paciente que estava em primeiro lugar na lista de prioridade recusar o órgão.

    Veja mais: Faustão conseguiu rapidamente novo coração? Especialista explica fila de transplantes

    Entrevista produzida por Jorge Fernando Rodrigues