Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Sintomas de variante originária da Índia parecem de gripe forte, diz estudo

    Dor de cabeça, coriza, dor de garganta e febre são sintomas mais comuns; tosse, perda de olfato e paladar deixam de ser corriqueiros, diz estudo do Reino Unido

    Estudo da Universidade Yale explica relação entre resfriado comum e o coronavírus
    Estudo da Universidade Yale explica relação entre resfriado comum e o coronavírus Foto: Guido Mieth / GettyImages

    Camila Neumam, da CNN, em São Paulo

    A variante originária da Índia, denominada Delta, que agora responde pela grande maioria dos casos de Covid-19 no Reino Unido, não apresenta os sintomas clássicos do coronavírus, mas se parece mais com um gripe forte, afirma um estudo do King’s College London divulgado nesta semana.

    O estudo se baseou nos dados captados do aplicativo Zoe Covid, pelo qual residentes do Reino Unido podem informar os sintomas ao detectarem a infecção pelo coronavírus.

    Pela análise de mais de 4 milhões de pessoas, os principais sintomas relatados foram dor de cabeça, seguidos de coriza, dor de garganta e febre. Sintomas clássicos da infecção por Covid-19 como tosse e a perda de olfato deixaram de ser regra, sendo que o último não apareceu nem mesmo entre os 10 sintomas mais comuns, descreveu o professor de Epidemiologia Genética da King’s College, Tim Spector, autor do estudo.

    “A Covid-19 também está agindo de forma diferente agora. É mais como um forte resfriado na população mais jovem; as pessoas não percebem isso e essa informação não aparece em nenhuma comunicação do governo”, ressaltou Spector.

    As constatações indicam que os sintomas podem ter relação direta com a infecção pela variante originária da Índia, que hoje é a prevalente no Reino Unido. Segundo o secretário de Estado de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, a variante delta é responsável por 91% dos casos no Reino Unido.

    Segundo o estudo, os dados mostram que a maioria dos casos de Covid-19 na região ocorre entre jovens que ainda não foram vacinados e que estão mais suscetíveis a ter contato com a variante que parece ser muito mais transmissível, com cada pessoa infectada passando o vírus para outras seis. 

    Para o professor, a semelhança com sintomas gripais pode fazer as pessoas não tomarem as medidas de prevenção necessárias, e espalhar o vírus mais facilmente. 

    “Isso significa que as pessoas podem pensar que estão com algum tipo de resfriado sazonal e ainda vão a festas e podem espalhar para outras seis pessoas; achamos que isso está alimentando muito o problema”, afirmou.

    Apesar das evidências, os sintomas clássicos ainda precisam ser considerados, conclui o estudo. “Qualquer pessoa que sinta os sintomas principais – uma temperatura alta, uma nova tosse contínua ou perda ou alteração do olfato ou do paladar – deve fazer um teste de PCR o mais rápido possível e imediatamente se isolar com sua família”.