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    Síndrome de Burnout, mais comum no home office, pode levar a AVC e infarto

    Estudo de empresa suíça revelou que 32% dos trabalhadores no regime de teletrabalho sentem piora na saúde mental

    Fabrizio Neitzkeda CNN , Em São Paulo

    Na edição desta quinta-feira (3) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre os impactos do home office – também conhecido como teletrabalho – para a saúde mental.

    Sistema muito utilizado por empresas de todos os setores desde o começo da pandemia, o home office traz comodidades para o trabalhador, mas pode ser a causa de diversos transtornos psicológicos. De acordo com pesquisa de uma empresa suíça de recursos humanos que reuniu 15 mil pessoas em diversos países, 38% dos entrevistados relataram ter sofrido da Síndrome de Burnout ao longo de 2021. 32% também disseram ter uma piora “significativa” da saúde mental trabalhando de casa.

    A Síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento mental, possui relação direta entre se sentir bem, gerar uma espécie de depressão, confusão da performance no ofício com a autoestima do profissional, explicou Fernando Gomes. “Muitas vezes é o próprio cérebro sinalizando à pessoa que precisa mudar o estilo de vida para não levar a coisas ruins”, disse.

    Apesar de se tratar de um problema psicológico, o burnout pode desencadear uma série de problemas físicos graves, como o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto do miocárdio. Em relação à pesquisa, Gomes classificou que os 32% dos entrevistados que afirmaram ter uma baixa na qualidade da saúde mental sofrem de problemas como estresse, insônia, alteração do hábito alimentar, ansiedade, entre outros quadros.

    “Existe uma correlação muito fácil de realizar, que é a de ‘trabalhar uma hora dentro da empresa ou uma hora dentro de casa’. Mas em termos de atenção, performance mental e drenagem de energia, a realidade é totalmente diferente.”

    “É lógico que isso foi um curativo para a economia continuar andando e as coisas continuarem acontecendo em um período de pandemia. Mas já imaginávamos que esse tipo de mudança poderia trazer um impacto até nos adaptarmos e entendermos melhor como as coisas devem funcionar”, concluiu o neurocirurgião.

    Após a participação de um internauta, que falou pelas redes sociais sobre as dificuldades mentais de ficar em casa – ele se aposentou no começo da pandemia após 50 anos de serviço –, o médico ressaltou a importância de organizar o tempo para se dedicar à saúde e “se desligar” das funções profissionais.

    “Temos que ser muito honesto com nós mesmos desde o começo. Seu contrato de trabalho é por hora de serviço ou por missão? Isso já responde tudo, porque você já sabe como deve proceder e como é sua relação comercial com o contratante. Se é por hora de trabalho, é isso mesmo. Precisa organizar um tempo para trabalhar. Acabou, acabou. Você tem outros aspectos da vida que precisam ser levados em consideração para que ter um bom desempenho no dia seguinte.”

    “Se o seu trabalho é por demanda, a conversa muda um pouco e aumenta a responsabilidade. Muitas vezes, uma pessoa empolgada, querendo ter mais e mais resultados, acaba violando essas regras básicas de saúde que são importantes para o corpo funcionar bem e a mente ficar saudável”, finalizou.

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