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    Sente dor na canela ao correr? Saiba como aliviar

    A "canelite" é caracterizada pela inflamação na região da canela da perna e é comum entre praticantes de corrida

    Gabriela Maraccinida CNN

    Você está no meio do seu treino de corrida quando, de repente, é surpreendido por uma forte dor na região da canela, atrapalhando seu desempenho no restante do percurso. Esse dor é a famosa “canelite“, nome popular para a “síndrome de estresse do medial tibial“, bastante comum entre praticantes de corrida.

    Segundo Wander Ama, cirurgião ortopedista e médico do esporte, a canelite é uma lesão que envolve dor e inflamação ao longo da tíbia, o osso da “canela” da perna — é daí que vem seu nome popularizado.

    “Geralmente, essa condição é causada pelo excesso de estresse repetitivo nos músculos e tecidos conectivos que envolvem a tíbia, como resultados de atividades de impacto, como correr em superfícies duras ou com calçados inadequados”, explica o especialista.

    Entre as principais causas da canelite, estão:

    • Correr em superfícies duras ou terrenos irregulares;
    • Aumentar repentinamente a intensidade ou volume de treinamento;
    • Problemas de biomecânica, como pronação excessiva (rotação interna do pé durante a pisada);
    • Uso de calçados inadequados para a corrida;
    • Falta de tempo de recuperação entre os treinos adequado;
    • Falta de alongamento e aquecimento antes da atividade física.

    “Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da canelite, sendo crucial identificar e corrigir esses aspectos para prevenir ou tratar a lesão de forma eficaz”, orienta Ama.

    Sintomas da canelite: como identificar

    Além da dor característica da canelite, a síndrome pode apresentar outros sintomas associados. De acordo com o especialista, os sinais inflamatórios podem incluir:

    • Sensibilidade ao toque;
    • Inchaço na região afetada;
    • Rigidez muscular;
    • Vermelhidão.

    “Em casos mais avançados de canelite, a dor pode se tornar mais intensa e persistente, podendo inclusive levar a complicações, como fraturas por estresse”, alerta Ama. “Portanto, é fundamental procurar um profissional de saúde para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado caso apresente sintomas de canelite.”

    Como aliviar a dor da canelite?

    Para aliviar a dor da canelite, é preciso tomar alguns cuidados imediatos. É o caso do repouso, ou seja, interromper ou reduzir a atividade física que causa a dor, permitindo a recuperação dos tecidos inflamados ao redor da tíbia.

    Outro cuidado é a aplicação de gelo na região afetada por 15 a 20 minutos, a cada 2 ou 3 horas, para reduzir a inflamação e aliviar a dor. Deixar a perna elevada também pode ser eficaz em casos de inchaço na perna.

    Porém, em casos de canelite recorrente, é preciso iniciar um tratamento específico, que trará resultados a longo prazo. É o caso da fisioterapia, com exercícios de alongamento e fortalecimento muscular para melhorar a flexibilidade, equilíbrio e resistência dos músculos envolvidos na canelite, conforme orienta Ama.

    Além disso, em casos de desalinhamentos biomecânicos, pode ser necessário o uso de órtese ou suporte para pés. Em situações de dor intensa, o uso de anti-inflamatórios não esteroides, sob orientação médica, pode ajudar a controlar a dor e a inflamação.

    “Se os sintomas persistirem ou piorarem apesar das medidas iniciais de tratamento, é fundamental consultar um médico ou um fisioterapeuta especializado em lesões esportivas”, orienta o ortopedista. “Em casos mais graves de canelite, outras opções de tratamento, como terapias de ondas de choque extracorpóreas ou imobilização temporária, podem ser consideradas”, completa.

    Dicas para evitar a recorrência da canelite

    Algumas estratégias são importantes para prevenir a canelite, como:

    • Corrigir a técnica de corrida;
    • Fortalecer os músculos das pernas e dos pés;
    • Praticar alongamento antes do treino;
    • Priorizar o descanso e a recuperação entre os treinos;
    • Utilizar tênis de corrida adequados;
    • Consultar um médico do esporte ou fisioterapeuta.

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