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    Sem registro definitivo, Coronavac não será usada para 3ª dose, diz Queiroga à CNN

    Ministro da Saúde afirmou que a orientação da pasta é pelo uso da vacina da Pfizer para a dose de reforço

    Basília RodriguesRafaela Larada CNN em Brasília e São Paulo

    O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou em entrevista à CNN nesta sexta-feira (3) que a pasta não recomendará o uso da Coronavac para a terceira dose enquanto não houver o registro definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

    “É necessário que haja a aprovação dos imunizantes para aplicação nestes grupos específicos, não podemos colocar qualquer imunizante. Só tem um deles com aprovação [definitiva] da Anvisa [incluindo os adolescentes]. E, se não tiver a aprovação da Anvisa, nós não vamos aplicar através do PNI”, disse.

    “Vou deixar bem claro: aprovação da Anvisa. Vamos avançar com a dose de reforço nesses grupos e, se as pesquisas apontarem para necessidade desse reforço no restante da população brasileira, faremos isso até o final do ano”, completou, na entrevista à CNN.

    As vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são as únicas que possuem o registro definitivo da Anvisa. No caso da Pfizer, somente ela possui autorização final para uso em adolescentes. As vacinas Coronavac e Janssen possuem a autorização para uso emergencial.

    Marcelo Queiroga afirmou que a restrição à Coronavac para a terceira dose seria uma restrição geral a todas sem o registro definitivo. “Não só Coronavac, mas qualquer uma das vacinas que não tenham o registro da Anvisa não serão utilizadas por uma questão de segurança da população”, disse.

    Nota técnica do Ministério da Saúde, no entanto, cita a vacina da Janssen como possibilidade para a aplicação da dose adicional, sem a ponderação da ausência dessa certificação. A vacina da Pfizer, por ser de uma tecnologia diferente das demais, é citada para ser usada “preferencialmente”.

    Em agosto, a agência reguladora negou a aplicação da Coronavac em crianças e adolescentes – até o momento, o imunizante produzido pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório Sinovac, possui a autorização para uso emergencial no Brasil.

    Queiroga ressaltou ainda que a orientação do Ministério da Saúde é pelo uso da vacina da Pfizer para a dose de reforço e, segundo ele, a decisão de uso deste imunizante é técnica. “O nosso PNI é respeitado mundialmente, a escolha da Pfizer não foi feita pelo ministro, foi feita pelo grupo técnico [do Ministério da Saúde], disse.

    O ministro mencionou que se, caso seja necessário, a pasta irá adquirir mais doses dos imunizantes em uso no país e que o governo federal tem o compromisso que imunizar toda a população adulta até outubro.

    ‘É preciso vacina, não passaporte da vacina’

    Ao comentar o uso do chamado “passaporte da vacina” para entrada em estabelecimentos, Queiroga afirmou que é “preciso vacina, não passaporte da vacina”.

    Para ele, a exigência do documento é para “cercear a liberdade das pessoas”. A apresentação do documento já é adotada em São Paulo – o Rio de Janeiro passará a adotar o “passaporte da vacina” a partir de 15 de setembro.

    Segundo dados da secretaria municipal de Saúde do Rio, a exigência do passaporte já reduziu em 40% número de atrasados da segunda dose. Queiroga, no entanto, acredita que a procura aumentou após o convencimento das pessoas através das campanhas do Ministério da Saúde”.

    “Não tenho certeza se foi por esse decreto, eu acho que as pessoas ouviram o apelo do Ministério da Saúde, disse o ministro.

    Terceira dose em São Paulo

    O secretário municipal de saúde de São Paulo, Edson Aparecido, falou nesta sexta-feira (3), que não há proibição do uso da Coronavac como terceira dose contra Covid-19 nas diretrizes do Programa Nacional de Imunizações, o que ratifica a escolha do município pelo imunizante.

    vacinação de idosos acima de 90 anos com o imunizante da Sinovac, produzido pelo Instituto Butantan, está prevista para começar a partir da próxima segunda-feira (6) na capital paulista. A escolha pela Coronavac contraria o Ministério da Saúde que recomendou o uso das vacinas da Pfizer, AstraZeneca ou da Janssen como terceira dose.