Segunda dose da AstraZeneca não aumenta risco de coágulos sanguíneos, diz estudo
Pesquisa feita pelo próprio laboratório mostra incidência menor de casos após nova dose
A segunda dose da vacina da AstraZeneca não aumentou os casos de coágulos sanguíneos raros com plaquetas baixas, mostra um estudo que foi divulgado nesta quarta-feira (28), diminuindo algumas preocupações sobre os efeitos colaterais da vacina.
Dados publicados no periódico The Lancet mostram que a taxa estimada de trombose com síndrome de trombocitopenia (TTS) após a segunda dose da vacina foi de 2,3 por milhão, comparável à taxa típica observada naqueles que não foram vacinados, disse a AstraZeneca em comunicado. Essa taxa foi de 8,1 após a primeira dose, acrescentou.
A pesquisa, liderada e financiada pela AstraZeneca, avaliou casos relatados ocorridos em até 14 dias após a administração da primeira ou segunda dose em 30 de abril, usando o banco de dados de segurança global da farmacêutica anglo-sueca.
“A menos que o TTS tenha sido identificado após a primeira dose, esses resultados apoiam a administração do esquema de duas doses da Vaxzevria (nome dado a vacina), conforme indicado, para ajudar a fornecer proteção contra Covid-19, incluindo contra variantes de preocupação”, disse o executivo sênior da AstraZeneca, Mene Pangalos.
A vacina da AstraZeneca, produzida pela Universidade de Oxford, ficou para trás na corrida da imunização após vários problemas, incluindo atrasos na produção, um processo e possíveis ligações com alguns efeitos colaterais raros, mas graves, incluindo TTS, que estão sendo investigados pelos órgãos reguladores.
O regulador de medicamentos da União Europeia tem investigado casos de TTS desde março e encontrou uma possível ligação com o Vaxzevria e com a dose única da Johnson & Johnson. No entanto, manteve que os benefícios gerais de ambas as vacinas superam quaisquer riscos apresentados por elas.
O estudo disse que as limitações da análise incluíram a confiança em dados fornecidos por profissionais de saúde e aqueles que foram vacinados, o que pode levar a subnotificação de casos. O estudo acrescentou que “o aumento da atenção da mídia pode ter levado à classificação incorreta do evento”.
Ao menos, 13 casos de TTS foram identificados globalmente após a segunda dose da vacina em pessoas com idade entre 45 e 85 anos, incluindo oito mulheres. Cerca de 399 casos foram relatados após a primeira dose, mostrou o estudo, enquanto os dados usados ??para o número de doses administradas foram limitados à UE, Espaço Econômico Europeu e Grã-Bretanha.
Em maio, o regulador de medicamentos da UE desaconselhou uma segunda dose de AstraZeneca para pessoas que relataram TTS após a primeira dose.
(Reportagem de Pushkala Aripaka em Bengaluru Editando por Uttaresh. V e Mark Potter)