Secretários de Saúde pedem toque de recolher nacional para conter Covid-19
Conass divulgou carta ao Ministério da Saúde com medidas para tentar evitar colapso das redes pública e privada em todo o país
O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) divulgou nesta segunda-feira (1º) uma carta aberta ao Ministério da Saúde em que pede medidas mais duras para conter o agravamento da pandemia da Covid-19 no país.
“O atual cenário da crise sanitária vivida pelo país agrava o estado de emergência nacional e exige medidas adequadas para sua superação. Assim, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde manifesta-se pela adoção imediata de medidas para evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde”, diz o texto.
Entre as demandas mais rigorosas, o Conass pede a adoção de um toque de recolher nacional, das 20h às 6h, inclusive, aos finais de semana, e a suspensão das aulas presenciais.
Veja todas as medidas propostas pelo Conselho:
- Restrição em nível máximo nas regiões com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos;
- Proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;
- Suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;
- Toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana;
- Fechamento das praias e bares;
- Adoção de trabalho remoto sempre que possível, nos setores público e privado
- Instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;
- Adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;
- Ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.
O Conass diz que a falta de uma “condução nacional unificada e coerente” dificultou a adoção de medidas durante períodos de maior aglomeração, como o da eleição, das festas de fim de ano e do Carnaval.
Pelo documento, o governo federal também teria que reconhecer legalmente o estado de emergência sanitária do país, viabilizar recursos extras para o SUS e aprovar um Plano Nacional de Recuperação Econômica, com retorno imediato do auxílio emergencial.