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    Secretarias do RJ e RR apontam para sobrepreço e falta de remédio para intubação

    De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, diretor médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), crise irá se agravar em até 20 dias

    Leandro Resendeda CNN

    Documentos públicos das secretarias estaduais da Saúde do Rio de Janeiro e de Roraima levantados pela CNN alertam para a possibilidade de faltar medicamentos para intubação de pacientes em estado grave nas UTIs e para o aumento dos preços desses fármacos. 

    De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, diretor médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ) e membro do comitê científico contra Covid-19 da Prefeitura do Rio de Janeiro, a crise irá se agravar em até 20 dias.

    “Algumas dessas drogas vão faltar. O preço delas irá aumentar, porque há consumo alto ao mesmo tempo das redes pública e privada. E na rede pública, por exemplo, esses medicamentos precisam ser licitados, e o pregão respeitado. Vai faltar, os estoques são pequenos”, prevê o infectologista.

    “Há de se considerar que o aumento de consumo dos medicamentos do Kit Intubação e a dificuldade na aquisição de alguns medicamentos de uso hospitalar frente à pandemia da Covid-19 e consequente falta dos medicamentos pode colocar em risco a vida dos pacientes, especialmente os que estão internados em estado crítico”, diz trecho de uma justificativa de compra apresentada na quarta-feira (17) pelo governo do Rio de Janeiro.

    Aparelho brasileiro pode evitar internação e uso de ventilador pulmonar
    Segundo especialistas, pode faltar medicamentos para intubação de pacientes no Brasil
    Foto: Stephane Mahe – 20.mar.2020/ Reuters

    O Estado do Rio de Janeiro está com 82,9% dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados nesta quinta-feira (18). O município está à beira de um colapso com 95% dos leitos de UTI ocupados, sendo 1.173 pessoas internadas e 48 aguardando vaga na fila por leito. 

    Além da capital fluminense, 18 municípios estão com taxa de ocupação em leitos de UTI maior de 90%. Roraima está com 68% dos leitos de UTI ocupados e 100% de ocupação dos leitos semi-intensivo.

    Compra de medicamentos

    Em processos de compra abertos nesta semana de medicamentos que compõem o chamado “kit-intubação”, as secretarias da Saúde de Roraima e do Rio de Janeiro mencionaram as dificuldades na aquisição dos medicamentos. Ainda não há informação sobre valores, pois são processos ainda em andamento.

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem monitorado os estoques dos insumos e pediu esclarecimentos à Secretaria Estadual de Roraima acerca de “possível sobrepreço” na aquisição dos remédios. 

    Na resposta, a pasta justifica que os valores subiram “sob a justificativa do aumento exponencial da demanda e da concorrência dos Estados, a fim de obter os mesmos produtos que se encontravam em condição de escassez”.

    Em despacho feito nesta quinta-feira, o secretário Marcelo Lopes informou que as compras serão feitas “considerando a altíssima pressão criada pela pandemia de Covid-19, viu-se na obrigação improrrogável de decidir adquirir os itens analisados, estabelecendo como prioridade o ‘valor da vida’ dos pacientes e não meramente o ‘valor de mercado’ dos bens adquiridos”.

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