Saúde pede que São Paulo, Rio, Fortaleza e Manaus não flexibilizem isolamento
Ministério destacou capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas como as que estão em situação mais grave em relação ao coronavírus
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, definiu neste sábado (11) quatro cidades às quais o Ministério da Saúde recomenda que não flexibilizem as medidas de isolamento adotadas para conter a disseminação do novo coronavírus.
Segundo Oliveira, caso façam isso, esses municípios correm o risco de serem obrigados a adotar futuramente um lockdown, termo que se refere a um bloqueio total, que inclui limitações legais a entradas e saídas e aos deslocamentos. São elas as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus.
“No bloqueio total, eu coloco polícia na saída de uma cidade ou na saída de um bairro. Ninguém pode entrar, ninguém pode sair. Isso não está acontecendo no Brasil”, disse.
As cidades foram destacadas em boletim epidemiológico como as regiões em que a situação está mais grave. Fortaleza registra 439 casos a cada um milhão de habitantes, a maior concentração do país. Na sequência, São Paulo (404) e a região metropolitana de Manaus (281). Na região metropolitana do Rio, são 154.
Sobre a capital paulista específicamente, o secretário do Ministério da Saúde reiterou a avaliação do governo estadual de que o isolamento social está aquém do necessário. Ao invés de cerca de 70%, a adesão à quarentena ficou entre 47% e 57%.
No entanto, Manaus, onde a situação é considerada a mais grave pela falta de estrutura hospitalar, é a que mais se aproxima da necessidade de uma medida mais agressiva de contenção. “A realidade de Manaus, hoje no país, talvez seja a mais próxima de uma tomada de decisão mais incisiva, caso a população continue não aderindo as orientações de saúde locais”.
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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou que a capital amazonense será a primeira a contar com o apoio do programa Brasil Conta Comigo. Tratam-se de profissionais que se inscreveram em plataforma online como sendo aptos a prestar serviços para o SUS de forma temporária. Segundo Gabbardo, há 80 médicos habilitados a atuar no Amazonas e que serão convocados.
A respeito das cidades que não estão entre essas quatro, o secretário Wanderson de Oliveira diz que a decisão deve ser dos gestores locais, de preferência com análise a cada município, considerando o número de casos e a quantidade de leitos disponíveis.
A referência para os casos é a mesma da situação de emergência, que é o percentual maior ou menor em comparação com a média nacional, que hoje é de 98 casos a cada um milhão de habitantes. Oliveira elogiou o modelo de flexibilização adotada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
“O Distrito Federal é uma boa estratégia. Estão agora observando o resultado das medidas, viram o comportamento social, modularam esse comportamento. Nesta semana, o governador liberou o setor bancário para funcionar com recomendações de higiene. Várias feitas aqui no DF, você só consegue entrar por uma porta e sair por outra, não têm as pessoas se esbarrando, com bombeiros medindo temperatura. O gestor local está fazendo uma análise. Se ele perceber que relaxou e aumentou o número de casos, volta atrás”.