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    Saúde fala em encerrar quarentena onde for possível, mas sem ‘intempestividade’

    "Onde pode produzir e trabalhar, com as medidas preventivas necessárias e verificadas, assim tem que ser", afirmou novo número 2 do ministério

    O ministro da Saúde, Nelson Teich
    O ministro da Saúde, Nelson Teich Foto: Adriano Machado - 16.abr.2020/Reuters

    Guilherme Venaglia

    Da CNN, em São Paulo

    “Heterogeneidade” e “não linearidade” são as expressões-chaves da nova gestão do Ministério da Saúde quando o assunto é o isolamento social. Em sua primeira entrevista coletiva técnica à frente da pasta, o ministro Nelson Teich afirmou nesta segunda-feira (27) que a recomendação é de que as medidas de restrição sejam recomendadas em bloco, mas de acordo com cada região.

    “O Brasil é um país heterogêneo. Medidas diferentes em diferentes regiões do país”, disse o ministro.

    Teich afirmou que não será adotada “nenhuma medida intempestiva”, mas que a pasta avaliará permitir o máximo possível de atividades.

    “A restrição tem um impacto negativo na vida das pessoas. Todas as coisas que pudermos fazer para que o dia a dia das pessoas fique melhor, nós vamos avaliar”, disse o ministro, comentando a análise que será feita sobre a possibilidade da retomada de jogos de futebol no país, mesmo que sem a presença de público. 

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    Nomeado para ser o novo “número 2” da pasta, o secretário-executivo, general Eduardo Pazuello, foi mais enfático a respeito da intenção de retomar as atividades.

    “Onde pode produzir e trabalhar, com as medidas preventivas necessárias e verificadas, assim tem que ser. Onde precisa ter ainda algum grau de isolamento, algum grau de distanciamento social, precisa ter também. Muito especificamente para cada lugar”, afirmou.

    Remanescente da gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, participou da entrevista coletiva. Na semana passada, a CNN informou que o departamento dirigido por Wanderson estava em negociação pelo Palácio do Planalto para ser cedido ao PL, um dos partidos do chamado “centrão” que negocia a adesão à base aliada do governo.

    O secretário de Vigilância em Saúde defendeu a flexibilização das medidas de isolamento social em regiões.

    “40% dos municípios não tem registro de síndrome respiratória aguda grave nem registro de COVID-19 em seu território. Ele pode e deve investir na higienização, ele pode adotar as medidas de etiqueta respiratória, mas esses municípios podem atuar de forma diferenciada da dos municípios que têm muitos casos”, disse. 

    Testes e casos

    Teich afirmou que acionou o IBGE para que defina uma estratégia de testagem que permita à pasta simular a presença da doença de forma proporcional. Ele ponderou que ainda não há informações definitivas sobre a “sensibilidade” dos diferentes tipos de teste, ou seja, de qual é o percentual médios dos casos que podem ser identificados com cada modalidade.

    O secretário Wanderson de Oliveira repassou a informação de que há cerca de 115 mil casos em processamento no país. Segundo ele, a sensibilidade por estado tem ficado em uma média de entre 10% e 15%, o que permitiria esperar algo como 11.500 e 17.200 casos a serem confirmados nos próximos dias e semanas.

    No entanto, há estados como o Amazonas, onde esse percentual tem chegado a patamares bastante superiores, na casa de 37% de resultados positivos. Ao todo, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 66.501 casos confirmados da COVID-19 até esta segunda-feira.