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    Saúde deveria fazer campanha incentivando 2ª dose da vacina, diz epidemiologista

    Para Carla Domingues, municípios deveriam fazer cadastro para evitar que se aplique doses diferentes de imunizantes

    Produzido por Fernanda Pinotti e Vinícius Tadeu*, da CNN, em São Paulo

    Quem já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 precisa tomar a segunda mesmo que com atraso, alertou a epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em entrevista à CNN nesta sexta-feira (30).

    De acordo com Carla, deveria haver uma campanha governamental para que a população se conscientize da importância de receber as duas doses do imunizante contra o novo coronavírus.

    “O importante nesse momento é respeitar os prazos para a segunda dose. A orientação é que, mesmo com atraso, assim que houver a regularização do fornecimento das doses, as pessoas compareçam para receber a vacina, porque, sem ela, não estarão protegidas. Precisa dessa segunda dose para a proteção esperada”, afirmou a especialista.

    Levantamento do Ministério da Saúde aponta que, até o dia 13 de abril, 1,5 milhão de brasileiros não haviam tomado a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no prazo estabelecido pelos laboratórios.

    O intervalo entre as duas doses da vacina da AstraZeneca é de 84 dias e de 28 para a Coronavac. De acordo com a pasta, as pessoas não compareceram às unidades de saúde dentro do período para garantir a imunização completa, embora houvesse imunizante à disposição.

    Para a epidemiologista, o número de pessoas que não retornou para receber o imunizante poderia ser diminuído caso houvesse uma campanha específica do governo.

    “Está faltando uma comunicação forte para esclarecer que elas precisam tomar a segunda dose da vacina. Seria importante que o governo federal fizesse um chamado para que as pessoas voltem ao posto de saúde e recebam a segunda dose.”

    A epidemiologista Carla Domingues (30.abr.2021)
    A epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) (30.abr.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    Prazo para vacinação

    Na última segunda-feira (26), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que alguns estados têm enfrentado dificuldade na aplicação da segunda dose da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan. 

    Nesta sexta-feira, em entrevista à CNN, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou que a previsão para os próximos 90 dias é de que o país continue enfrentando “muita dificuldade” em seu processo de vacinação contra a Covid-19.

    Para Carla, ainda é cedo para dizer quando a população brasileira estará vacinada. “Vamos ter que acompanhar se não vai continuar tendo atraso no cronograma de entregas dos laboratórios. Enquanto não tiver uma entrega suficiente para os municípios, é precoce dizer se teremos ou não a população vacinada até o final do ano”, afirmou.

    Troca de vacinas

    A epidemiologista comentou também o fato de milhares de pessoas receberem doses diferentes das vacinas Coronavac e Oxford/Astrazeneca na primeira e segunda dose, e cobrou dos municípios um pré-cadastro.

    Conforme confirmou à CNN o Ministério da Saúde, 16.481 pessoas receberam a primeira e segunda doses da vacina contra a Covid-19 de fabricantes diferentes no Brasil.

    “Se os municípios tivessem organizado um pré-cadastro, muitos desses erros não aconteceriam. Não há cuidado em olhar a caderneta de vacinação, identificar qual a pessoa tomou e só assim aplicar a segunda dose. É fundamental que os municípios registrem essas pessoas para que, se a pessoa perder a caderneta, ela possa tomar a vacina correta”.

    (*supervisionados por Elis Franco)

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