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    Rússia procurou SP para possível parceria na produção de vacina, diz governo

    Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse que emissário de Moscou procurou governo paulista, mas ainda não forneceu informações solicitadas sobre vacina

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    A Rússia procurou o Instituto Butantan para uma possível parceria na produção da vacina desenvolvida pelo país europeu, disse nesta quarta-feira (29) Dimas Covas, diretor do centro paulista de produção de vacinas.

    Segundo a CNN, a Rússia pretende ser o primeiro país do mundo a aprovar uma vacina contra o novo coronavírus. Fontes de Moscou afirmaram que o governo russo trabalha com a data de 10 de agosto, ou antes, para autorizar o uso público da vacina.

    “Fomos procurados por emissários do governo russo porque a vacina é feita em um instituto estatal russo. Enfim, queriam saber se poderíamos nos associar a eles para a produção dessa vacina”, disse Covas ao ser questionado pela CNN sobre o assunto em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira (29).

    “Num primeiro momento, dissemos que poderíamos avaliar porque é uma tecnologia diferente, não conhecemos e precisamos de mais dados técnicos e de dados mais concretos sobre estudos que já foram feitos, se já foi feito fase 1, fase 2, enfim, conhecer melhor a vacina”, completou.

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    O diretor do Butantan disse que ainda não recebeu um retorno desse emissário – que ele não identificou –, e que, portanto, é muito prematuro dizer que o governo paulista faria ou descartaria uma associação para a produção dessa vacina.

    Ele ressaltou ainda que a vacina russa não é considerada uma vacina em fase final de desenvolvimento, como a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.

    “Se você procurar as vacinas que estão em fase final pelo próprio site da Organização Mundial da Saúde, a vacina russa não está lá listada.”

    A promessa russa

    Nesta quarta-feira (29), a agência russa de notícias estatal TASS disse que a vacina do país já está em processo de registro.

    Além disso, em uma reunião do governo, a vice-primeira-ministra Tatyana Golikova, que supervisiona a resposta russa ao novo coronavírus, disse que o país planeja começar a produzir duas vacinas em setembro e outubro.

    “Uma delas é desenvolvida em conjunto pelo Instituto Gamaleya do Ministério da Saúde e pelo 48º Instituto de Pesquisa do Ministério da Defesa”, disse Golikova – essa é a vacina mencionada por Covas.

    “Em agosto, planejamos registrá-la condicionalmente, o que significa que, após o registro, haverá ensaios clínicos em 1,6 mil pessoas. A produção em massa da vacina está prevista para setembro de 2020.”

    A outra vacina russa iniciou testes clínicos que devem ser concluídos em setembro e receber o registro para ser produzida a partir de outubro.

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