RJ oferece, mas não recomenda combinação de vacinas, diz Luana Araújo
'É preciso que as mulheres discutam com seus médicos os riscos e benefícios para tomar a decisão', disse Luana Araújo
Após a cidade do Rio de Janeiro liberar a opção para que mulheres grávidas que tomaram a primeira dose da vacina da AstraZeneca recebam a segunda dose da Pfizer, surgiram dúvidas na população sobre a eficácia e a segurança da medida. Em entrevista à CNN nesta terça-feira (29), a infectologista e epidemiologista Luana Araújo falou sobre a medida, e alertou que essa é apenas uma opção, não uma diretriz da gestão municipal.
“Importante ressaltar que o Rio de Janeiro não recomenda combinação, mas sim oferece. Visto que não temos solidez dos dados da combinação de vacinas com essa população, é preciso que as mulheres discutam com seus médicos os riscos e benefícios para tomar a decisão. Caso eles indiquem que elas tomem duas doses diferentes, existe a opção,” disse Luana.
A proposta para retomar a vacinação dessas gestantes na capital fluminense foi discutida entre a secretaria municipal de Saúde e o Comitê Científico contra a Covid-19 durante uma reunião extraordinária nesta segunda-feira (28).
A imunização deste grupo com a vacina da Astrazeneca está suspensa desde 11 de maio, quando uma grávida morreu no estado do Rio de Janeiro com um quadro de trombose. Ela foi vacinada com as duas doses do imunizante.
O Ministério da Saúde aponta que cerca de 15 mil gestantes no país receberam a primeira dose da AstraZeneca. Antes, a orientação era para que essas mulheres completassem a imunização 45 dias após o parto com a mesma vacina.
Pesquisa britânica
A base para essa orientação adotada na capital fluminense é uma pesquisa britânica que libera a combinação de vacinas contra a Covid-19.
Os cientistas constataram que conciliar o imunizante da AstraZeneca com o da Pfizer, por exemplo, pode gerar nos vacinados uma “robusta resposta imunológica” e, consequentemente, garantir uma proteção a longo prazo frente ao vírus.
À CNN, Luana Araújo afirmou que gestantes são uma população de alto risco para contrair a Covid-19, e que uma grávida com uma só dose de AstraZeneca estaria desprotegida durante a gestação. Segundo a especialista, a dose da Pfizer traria tranquilidade em relação ao novo coronavírus durante o período.