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    RJ: evento-teste em Paquetá vai depender da adesão dos moradores à vacina

    Prefeitura planeja evento-teste na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, após a vacinação em massa contra a Covid-19

    Vista do Parque Natural Municipal Darke de Mattos, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro
    Vista do Parque Natural Municipal Darke de Mattos, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro Foto: Alexandre Macieira / Prefeitura do Rio

    Mylena Guedes, da CNN, no Rio de Janeiro

    A prefeitura do Rio de Janeiro planeja um evento-teste na Ilha de Paquetá, bairro da região central da cidade, após a vacinação em massa contra a Covid-19, que começa no próximo domingo (20). A ideia é realizar uma festa sem o uso de máscara ou distanciamento social para testar a eficácia da imunização dos moradores do bairro.

    Em live realizada na noite desta segunda-feira (14), o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que o evento só será possível se toda a população estiver vacinada.

    “Tudo vai depender dos estudos e da cobertura vacinal. Queremos fazer o teste com 100% das pessoas imunizadas, em um evento controlado, que só irá ocorrer 14 dias após a segunda dose e quando não tiver circulação do vírus na Ilha”, afirmou. 

    O pesquisador da Fiocruz, José Cerbiano Neto, explicou que o estudo começa com uma coleta de sangue no final desta semana, nos dias 17 ao 19. Depois, vai haver a vacinação de todos os voluntários com o imunizante de Oxford/Astrazeneca e, após oito semanas, a aplicação da segunda dose.

    O próximo passo é a segunda testagem nos habitantes da Ilha, para que os pesquisadores possam fazer análises e comparações de taxas da doença. Eles esperam que todos os mais de três mil moradores se voluntariem para participar do estudo. 

    Nenhuma etapa do estudo será realizada de forma obrigatória. Os voluntários irão receber um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, em qualquer momento da pesquisa, podem deixar de participar. Além disso, nenhum nome será exposto ou divulgado pela prefeitura. 

    “Há uma grande diferença entre ser cobaia e voluntário. É importante que o morador queira participar com total ciência de tudo que irá ocorrer. A pesquisa segue normas éticas e a legislação”, ressaltou o pesquisador Cerbiano. 

    O experimento tem o intuito de mostrar em quanto tempo a população não terá que seguir medidas restritivas, como o isolamento social. O secretário Daniel Soranz ressalta que é preciso que todos se protejam, sem que haja exposição desnecessária ao vírus antes da imunização total. 

    A vacinação das pessoas abaixo dos 18 anos não está descartada pela prefeitura, mas segue indefinida. Se o Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, incluir os menores a partir dos 12 anos, a expectativa é que o estudo também os inclua. 

    A Ilha de Paquetá está localizada em meio à Baía de Guanabara, a cerca de 15 quilômetros da estação das barcas na Praça XV, no centro da cidade. Segundo dados do Instituto Pereira Passos (IPP), coletados em 2010, a Ilha de Paquetá tem cerca de 3.361 moradores, 1.253 residências e 170,57 hectares. O acesso à ilha é feito somente por barcas.  

    *Sob supervisão de Helena Vieira