Risco de morte por Covid-19 é até 4,4 vezes maior entre jovens obesos
Estudo brasileiro publicado na revista científica The Lancet apontou para aumento na mortalidade de pacientes entre 20 e 39 anos
Na edição desta quarta-feira (12) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes comentou um estudo brasileiro publicado na revista científica The Lancet, que aponta os índices de contribuição da obesidade em mortes pela Covid-19.
O estudo afirma que, em pacientes de 20 a 39 anos que sofrem de obesidade, as chances de óbito são 4,4 vezes maior do que em pacientes saudáveis. Em pessoas de 40 a 59 anos, as chances são 2,7 vezes maior. Já em idosos, o fator é multiplicado em 1,6 vez. Em casos de pacientes obesos que também possuem diabetes ou doenças cardiovasculares, o aumento é considerado “significativo”.
Em entrevista à CNN, o cirurgião do aparelho digestivo Rodrigo Barbosa falou sobre a importância do estudo. “O aumento é bem expressivo, principalmente quando associado a outras doenças. Isso nos faz lembrar que a obesidade por si só é uma doença que aumenta os fatores inflamatórios do corpo, que traz uma restrição respiratória importante e dificulta a recuperação da Covid-19“, afirmou.
Para Fernando Gomes, o risco indicado pelo estudo é preocupante, mas pode ser reduzido com o tratamento adequado. “O risco pode ser contornado através de se buscar um tratamento e um apoio profissional adequado para o indivíduo voltar ao seu padrão mais saudável.”
“O que sabemos é que o indivíduo com obesidade, com excesso de gordura no corpo, tem uma predisposição a uma resposta inflamatória muito mais exacerbada”, destacou.
O neurocirurgião relembrou as “fases” do coronavírus no corpo humano, que se inicia através da reprodução do microrganismo. A fase mais grave e capaz de comprometer a saúde, porém, é a inflamatória, que surge na sequência.
Em corpos onde o surgimento e a frequência de inflamações são maiores do que o comum em diversos órgãos a situação de risco é ampliada, explicou o médico.
Gomes finalizou destacando que, além da vacinação e de um estilo de vida saudável, com alimentação adequada e a prática de exercícios físicos, o controle e identificação da obesidade também é uma forma de evitar casos severos da Covid-19.
“Isso é importante e de uma maneira ativa, saindo da situação de risco e de ter uma complicação mais grave do coronavírus”, disse.