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    Rio: postos de vacinação registram filas em meio à alta de casos de Covid e gripe

    Ao menos 22 estados e o Distrito Federal começaram a aplicar a segunda dose de reforço contra a Covid-19

    Beatriz PuenteNathalie Hanna Alpacada CNN , no Rio de Janeiro

    Diante da alta de casos de Covid-19 no Brasil, os postos de vacinação da cidade do Rio de Janeiro voltaram a registrar filas de pessoas que procuram pela dose de reforço contra a doença e o imunizante contra a gripe.

    Nas últimas 24 horas, o painel da Covid-19 do Ministério da Saúde registrou mais de 71 mil novos casos. O Brasil não atingia esse patamar desde o dia 4 de março. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) registrou, no início do mês, a terceira semana consecutiva em que o percentual de testes rápidos com diagnóstico positivo para Covid-19 continuou acima dos 20%.

    Até o momento, segundo levantamento da Agência CNN, menos de 2% de toda a população brasileira recebeu a segunda dose de reforço, o que representa um pouco mais de três milhões de pessoas. Atualmente, 22 estados e o Distrito Federal já iniciaram a aplicação da segunda dose de reforço ou quarta dose para a maior parte dos imunizantes.

    Em relação à primeira dose, também de acordo com a Agência CNN, cerca de 83% de toda a população brasileira recebeu o imunizante contra a Covid-19. Porém, cerca de 78% estão com o calendário vacinal completo com as duas doses. A primeira dose de reforço foi aplicada em 43% da população.

    De acordo com Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), o aumento dos casos de Covid-19 é consequência da flexibilização das medidas sanitárias. Para o imunologista, além de mudanças no comportamento da população, o clima frio e úmido também auxilia no contágio.

    “Desde que houve a flexibilização das medidas sanitárias, como a aglomeração e o uso obrigatório de máscaras, observamos que todas as doenças respiratórias estão aumentando, nunca tivemos números tão altos dessas doenças como estamos tendo. Inclusive, é esperado que doenças causadas por bactérias também entre em uma crescente”, diz Cunha.

    Segundo o especialista, a baixa cobertura vacinal é outro fator que auxilia no crescimento dos casos. “As pessoas não estavam se vacinando e, agora, a procura começou a aumentar de novo porque viram como está a situação. Tudo consequência da flexibilização”, diz o presidente da SBIm.

    Cunha defende que um dos principais fatores que contribui para a diminuição dos casos é a vacina. Segundo ele, a quarta dose foi liberada para aplicação no momento certo, mas houve atraso da população em procurar o imunizante.

    Postos de saúde registram filas para vacinação na capital fluminense / Foto: Bruna Carvalho/CNN

    Brasil tem 44% de vacinados contra a gripe

    O Ministério da Saúde prorrogou a campanha de vacinação contra a gripe para os grupos prioritários até o dia 24 de junho para aumentar a cobertura vacinal.

    Até o momento, 44% das pessoas se vacinaram contra a gripe no Brasil este ano. A partir do dia 25 de junho, a pasta vai permitir a ampliação da campanha para toda a população a partir dos 6 meses de idade. No município do Rio de Janeiro, a campanha já foi estendida a todos os cariocas.

    Em relação à gripe, o imunologista chama atenção para a baixa cobertura vacinal contra a doença. Cunha diz que a proteção do imunizante demora a fazer efeito no organismo e, por isso, é preciso que as pessoas se vacinem o mais rápido possível. O presidente da SBIm informa que a melhor época para a vacina da influenza é no outono, pois quando chegar o inverno, as pessoas já estarão protegidas.

    “O ideal é que as pessoas recebam o imunizante entre março e abril. Infelizmente estamos em junho e a adesão está baixa. Já estamos convivendo com esse vírus circulando por aí e é importante lembrar que as vacinas levam tempo para proteger. A população já podia estar protegida, mas não está”, completa o especialista.

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