Respirar menos oxigênio pode prolongar a vida, sugere estudo
Pesquisadores dos Estados Unidos investigam se a baixa circulação de oxigênio nos tecidos pode ter impactos benéficos sobre o envelhecimento de mamíferos
Um novo estudo sugere que respirar menos oxigênio pode prolongar a vida – pelo menos no caso de camundongos utilizados no experimento científico.
A hipóxia, quadro associado à baixa circulação de oxigênio nos tecidos, pode retardar o início do envelhecimento em células cultivadas, além de prolongar a vida útil de leveduras, nematoides e moscas-das-frutas.
Na pesquisa, realizada pelo Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, especialistas investigam se a hipóxia contínua pode ter impactos benéficos sobre o envelhecimento de mamíferos. A hipótese é de que a quantidade mais baixa de oxigênio reduziria danos às células, além de contribuir para estimular a reciclagem de componentes celulares danificados, o que tornaria mais lento o processo de envelhecimento.
Para o estudo, foram utilizados modelos de camundongos de envelhecimento acelerado, que têm vida útil reduzida. O artigo, publicado no periódico Plos Biology, relata que o oxigênio a 11%, iniciado às quatro semanas de idade, aumentou a expectativa de vida em 50%, além de adiar o início da debilidade neurológica dos animais.
A pesquisa destaca que os animais exibem uma vida útil reduzida, que é estendida por uma dieta alimentar específica, a intervenção de envelhecimento mais potente em muitos organismos.
De acordo com a análise, a hipóxia contínua crônica não afetou a ingestão de alimentos e não impactou significativamente os marcadores de dano ou senescência do DNA. Os pesquisadores sugerem que este é o primeiro estudo a demonstrar que a “restrição de oxigênio” pode prolongar a expectativa de vida em um modelo mamífero de envelhecimento.
“Demonstramos que a hipóxia contínua (11% de oxigênio) — ou ‘restrição de oxigênio’ — aumenta significativamente a expectativa de vida de camundongos e retarda a morbidade neurológica. Neste modelo, a hipóxia parece ser a segunda intervenção mais forte até o momento, perdendo apenas para a restrição alimentar. Nossas descobertas se somam a uma literatura nascente, mas crescente, sobre o efeito benéfico da hipóxia em uma ampla variedade de modelos de doenças neurológicas”, dizem os autores no artigo.
Enquanto isso…
O envelhecimento é um importante fator de risco para as doenças humanas mais comuns, incluindo câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
Estudo à parte, as recomendações principais para ter uma vida prolongada e mais saudável se baseiam em dois pilares: alimentação e atividade física.
O Guia Alimentar Para a População Brasileira, uma publicação do Ministério da Saúde, reforça que uma alimentação adequada e saudável precisa ser balanceada, deve priorizar os alimentos in natura e minimamente processados e limitar o consumo de alimentos ultraprocessados.
Alimentos de origem vegetal são fontes de fibras e de vários nutrientes, além de contar com menos calorias do que os de origem animal. Já os alimentos de origem animal oferecem proteínas e a maioria das vitaminas e minerais importantes à saúde humana.
A combinação equilibrada, incluindo vários tipos de grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas e castanhas, forma a base para uma alimentação nutricionalmente balanceada.
Por outro lado, alimentos ultraprocessados têm composição nutricional desbalanceada, costumam ser ricos em gorduras, açúcares e sódio, favorecendo o desenvolvimento de doenças cardíacas, diabetes e vários tipos de câncer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos, no mínimo, de atividade aeróbica por semana para adultos saudáveis e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.
Os benefícios para a saúde incluem aumento da força muscular, melhora da qualidade do sono e do condicionamento e redução do colesterol e triglicérides, além de elevação do bem-estar e dos ganhos para a saúde mental.