Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Remédio da Pfizer reduz em 37% o risco de morte por Covid-19, aponta estudo

    Medicamento Tofacitinibe (Xeljanz) age na redução de insuficiência respiratória em pacientes com pneumonia associada ao novo coronavírus

    Leitos de UTI para Covid-19 em hospitais do interior de SP (18.dez.2020)
    Leitos de UTI para Covid-19 em hospitais do interior de SP (18.dez.2020) Foto: Reprodução/CNN

    Anna Gabriela Costa e Renata Souza, da CNN, em São Paulo*

    O medicamento tofacitinibe (Xeljanz) pode reduzir em 37% o risco de morte ou de insuficiência respiratória em pacientes com pneumonia associada à Covid-19. É o que revela um estudo divulgado nesta quarta-feira (16) coordenado pela Academic Research Organization (ARO) do Albert Einstein em parceria com a Pfizer.

    O ensaio clínico traz evidências de que o medicamento pode diminuir o risco de o paciente desenvolver a chamada tempestade inflamatória, uma grave complicação que pode ser causada pela Covid-19.

    A pesquisa foi publicada pelo “The New England Journal of Medicine” nesta quarta-feira. A publicação apresenta evidências de que a medicação pode se transformar em recurso relevante contra a doença.

    O medicamento Tofacitinibe faz parte da categoria dos inibidores das janus quinase (JAKs), proteínas envolvidas no desencadeamento de doenças inflamatórias. 

    Os resultados do ensaio clínico foram positivos demonstrando que o medicamento pode atuar na tempestade inflamatória que acontece na Covid-19, reduzindo em 37% o risco de insuficiência respiratória ou morte. Trata-se de uma importante evidência científica na luta contra a doença e a Pfizer segue muito empenhada em buscar novas opções terapêuticas

    Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil

    Segundo o médico Otavio Berwanger, diretor da Academic Research Organization do Einstein, que conduziu o estudo, o medicamento “modula o sistema imunológico e previne uma inflamação exacerbada. Quando o organismo é infectado pelo vírus, a necessária ativação do sistema imunológico, é exacerbada para algumas pessoas. Essa medicação age no sistema imunológico bloqueando essa resposta exacerbada”. Sem o bloqueio, as funções pulmonares podem ser gravemente comprometidas. 

    Berwanger ressalta que o tofacitinibe “é uma medicação que precisa de monitoramento médico. Não é para ser administrada em casa. Nesses pacientes monitorados, com acompanhamento rígido, e que não tinham contraindicação ao medicamento, não vimos aumento dos eventos adversos em comparação aos pacientes que utilizaram o placebo”.

    O Einstein afirma que o medicamento ainda não foi aprovado ou autorizado para uso por nenhuma agência regulatória do mundo para o tratamento de Covid-19.

    “Uma vez que o estudo agora publicado é o primeiro randomizado multicêntrico a avaliar seu impacto no tratamento da doença. Sua eventual utilização no arsenal anti-Covid dependerá de
    extensa avaliação de dados por parte dos órgãos reguladores e autoridades de saúde. No Brasil, o medicamento é indicado para o tratamento da artrite reumatoide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa.”

    Estudos

    De acordo com o Einstein, o trabalho contou com a participação de 289 pacientes adultos internados, há no máximo três dias, em 15 centros brasileiros de tratamento. Um grupo recebeu o tofacitinibe (10mg) duas vezes por dia mais tratamento padrão até a alta ou 14 dias de hospitalização.

    Já outro grupo, recebeu o chamado placebo e tratamento padrão durante o mesmo período. Cerca de 90% dos participantes (89.3%) foram medicados com glucocorticóides durante a internação (dexametasona, em sua maioria). Ao final de 28 dias, em relação ao grupo placebo, o
    medicamento reduziu em 37% o risco de morte ou falência respiratória.

    “As respostas de nosso estudo indicam que a utilização do medicamento, quando associado ao tratamento padrão, que inclui glicocorticóides, reduz o risco de morte ou de insuficiência respiratória em pacientes hospitalizados com pneumonia por Covid-19 que ainda não estão necessitando de ventilação mecânica ou de ventilação não invasiva”, destaca o médico Otavio Berwanger, M.D., Ph.D., Diretor da Academic Research Organization.

    *Sob supervisão de Elis Franco