Preço do Remdesivir no Brasil ainda não foi negociado, diz farmacêutica
Diretora médica sênior da Gilead, Rita Manzano Sarti afirmou que a empresa está empenhada em 'ajudar o Ministério da Saúde no combate à pandemia' no país
O Remdesivir é o primeiro medicamento registrado no Brasil que pode ser utilizado em pacientes internados com a Covid-19. Apesar da liberação do uso, anunciada nesta sexta-feira (12), a fabricante do produto, a farmacêutica Gilead, ainda segue em negociações com o Ministério da Saúde para definir, entre outros tópicos, o preço do fármaco no país.
Diretora médica sênior da empresa, Rita Manzano Sarti afirmou, em entrevista à CNN nesta sexta-feira, que a Gilead está empenhada em “ajudar o ministério no combate à pandemia” com o uso do remédio.
“Mas alguns processos ainda precisam vir, como negociação e a liberação de preço pela CMED [Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos]”, disse Rita.
A médica afirmou que o Remdesivir se mostrou eficaz em inibir uma enzima responsável pela multiplicação do novo coronavírus em pessoas infectadas. Apesar de estudos clínicos com essa conclusão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se baseou em um outro para não recomendar que o medicamento seja usado para tratar pacientes de Covid-19.
“O estudo que a OMS divulgou é difícil de comparar com os estudos clínicos randomizados, aqueles que têm todo o padrão de rigor de estudo clínico, porque o da OMS não foi feito para avaliar a progressão da doença como os nossos foram. Não dá para comparar”, disse Rita.
“Mas temos estudos muito robustos e o Remdesivir aprovado em mais de 50 países. Há algumas vantagens, como menor tempo de recuperação, melhora clínica, a redução da progressão da doença e menor tempo de internação”, completou a representante da farmacêutica.