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    Reino Unido, África e Brasil: novas cepas têm semelhanças nas mutações

    Três variantes do novo coronavírus foram identificadas em todo o mundo

    Will Marinho, da CNN, em São Paulo

    Além da variante do novo coronavírus identificada no Reino Unido, duas outras cepas foram encontradas em outros países: uma na África do Sul e outra no Brasil. “As três variações, embora diferentes, possuem semelhanças em suas mutações”, diz o imunologista e professor universitário Eduardo Nolasco

    “Essa linhagem brasileira chamada de P1 tem três mutações idênticas à da variante da África do Sul e uma dessas mutações está presente também na cepa inglesa”, explica.

    As linhagens também têm características específicas que aumentam a transmissibilidade do vírus.

    “A mutação N501Y, que está na linhagem inglesa, na brasileira e na africana confere um maior poder de transmissão do vírus porque facilita sua chegada às células pulmonares. Já a mutação E484 – presente na linhagem africana e brasileira – parece favorecer que o vírus escape dos anticorpos”, contextualiza o imunologista.

    Reinfecção

    A variante brasileira da Covid-19 encontrada em Manaus também trouxe um alerta: a possibilidade dessa cepa acelerar as reinfecções pelo vírus.

    “Isso porque a mutação N501Y presente nas três cepas pode também ter maior resistência aos anticorpos neutralizantes. O que pode favorecer a reinfecção. Já temos um caso registrado de uma paciente em Manaus com essa linhagem”, diz Nolasco.

    O caso citado pelo imunologista é de uma mulher que contraiu o vírus em março de 2020 com o quadro moderado. Em dezembro do mesmo ano, ela apresentou os mesmos sintomas, dias após ter ido a uma festa. Os exames então confirmaram positivo para a Covid-19;

    Velocidade de transformação

    Embora seja transmitido de forma muito rápida, o novo coronavírus “muda de forma mais lenta”, de acordo com Nolasco.

    “O Sars-Cov2 é um vírus que não tem uma taxa de mutação muito rápida. Ele consegue acumular entre uma ou duas mutações por mês. O vírus Influenza, da gripe, muda a cada 15 dias. O HIV tem uma mutação a cada 24h. Quando comparado aos demais, o novo coronavírus é mais lento que os outros vírus”, comenta.

    Vacinação

    Na corrida contra o tempo para combater o novo coronavírus, o Reino Unido e o Brasil já começaram o processo de imunização. 

    Os britânicos foram os primeiros do mundo a começar a vacinação. Em dezembro de 2020, Margaret Keenan, uma britânica de 90 anos, tornou-se a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 fora de um ensaio clínico.

    No Brasil, após a aprovação do uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil.

    Ela recebeu o imunizante Coronavac, no Hospital das Clínicas de São Paulo, no domingo (17).

    Para Nolasco, a vacinação pode combater também as novas variantes.

    “Sim. Os anticorpos induzidos pela vacina atuam bloqueando [no novo coronavírus] a proteína que ele usa para entrar na célula [a proteína S]. E estimula também a produção de células T, que atacam as nossas células que já foram infectadas. Com base nisso, a vacinação também é um mecanismo eficiente contra esta nova cepa”, enfatiza.

     

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