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    Raiva humana: o que é, quais são os sintomas e riscos e como prevenir a doença

    Infecção causa a inflamação progressiva do cérebro, com letalidade próxima a 100%

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    A raiva é uma doença infecciosa grave causada por um vírus do gênero Lyssavirus. A infecção, que pode afetar humanos, rebanhos e animais domésticos, causa a inflamação progressiva do cérebro, com letalidade próxima a 100%.

    Considerada um problema de saúde pública, a raiva pode levar a complicações como febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e convulsões, além de evoluir para quadros de paralisia, levando a paradas cardiorrespiratórias.

    Nos últimos 30 anos, houve uma redução significativa nas taxas de mortalidade por raiva humana, com o predomínio de casos esporádicos e acidentais. No período de 2010 a 2022, até o dia 13 de junho, foram registrados 44 casos de raiva humana, sendo que em 2014, não houve caso no país.

    Segundo o Ministério da Saúde, dentro os casos reportados, nove tiveram o cão como animal agressor, 22 foram causados por morcegos, quatro por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos e em três deles não foi possível identificar o animal.

    O diagnóstico é realizado a partir exame laboratorial. A doença é quase sempre fatal, sendo a melhor medida de prevenção a vacinação pré ou pós-exposição ao vírus.

    Quais são os sintomas da raiva?

    Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:

    • mal-estar geral
    • leve aumento de temperatura
    • anorexia
    • cefaleia
    • náuseas
    • dor de garganta
    • entorpecimento
    • irritabilidade
    • inquietude
    • sensação de angústia

    Os pacientes também podem apresentar aumento no tamanho dos linfonodos, que são os gânglios do sistema linfático, aumento da sensibilidade e dormência em locais próximos ao contato com o animal infectado, além de alterações de comportamento.

    Como a doença é transmitida?

    A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A infecção também ocorre por arranhões ou lambida desses animais. Atualmente, os morcegos hematófogos, que se alimentam de sangue, estão associados à maior parcela de casos de raiva em humanos. Além de cães e gatos, também há registro de transmissão por raposas e primatas.

    O período de incubação varia entre as espécies, entre poucos dias até anos. Em média, são 45 dias entre humanos, podendo ser mais curto em crianças.

    De acordo com o Ministério da Saúde, o período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da lesão ou do tipo de contato com a saliva do animal infectado. O momento também varia de acordo com a proximidade do local de entrada do vírus com o cérebro e troncos nervosos, além da concentração de partículas virais e a cepa viral envolvida em cada caso.

    Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.

    Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, morcegos podem carregar o vírus por longo período, sem sintomas aparentes.

    Medidas de prevenção

    A vacinação de cães e gatos é uma das formas mais eficazes de prevenir a raiva animal e a transmissão aos humanos.

    Como medida de prevenção, o ministério recomenda evitar aproximação e o toque de animais desconhecidos, principalmente quando estiverem se alimentando, com filhotes ou dormindo.

    Em caso de agressão por animais, é preciso lavar o ferimento com água corrente e sabão imediatamente e buscar atendimento médico para orientações sobre a necessidade de receber a vacina antirrábica.

    O Ministério da Saúde recomenda a vacinação de maneira preventiva para grupos considerados de risco, de acordo com a atividade desempenhada:

    • médicos veterinários; biólogos; profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva; estudantes de medicina veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins
    • pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas, investigações ecopidemiológicas, identificação e classificação de mamíferos como os domésticos (cão e gato) ou de produção (bovídeos, equídeos, caprinos, ovinos e suínos), animais silvestres de vida livre ou de cativeiro, inclusive funcionários de zoológicos
    • pesquisadores de cavernas (espeleólogos), guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em áreas de risco

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