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    Quem tem arritmia cardíaca pode praticar esportes? Entenda

    A condição é caracterizada pelo batimento irregular do coração, podendo ser mais lenta ou mais rápida do que o habitual

    Gabriela Maraccinida CNN

    O jogador de futebol uruguaio Juan Izquierdo morreu na noite de terça-feira (27), cinco dias após sofrer uma parada cardíaca decorrente de uma arritmia. O zagueiro defendia o Nacional, passou mal e desmaiou no gramado, durante disputa entre o clube uruguaio e o São Paulo, na última quinta-feira (22), em duelo válido pelas oitavas de final da Libertadores.

    A arritmia cardíaca é uma condição caracterizada pelo batimento irregular do coração. Esses batimentos podem ocorrer em um ritmo mais lento do que o habitual (bradiarritmias) ou mais acelerado (taquicardias).

    “Quando o coração está funcionando normalmente, ele mesmo gera seu impulso elétrico para proporcionar o seu trabalho de sístole (contração) e de diástole (relaxamento) no funcionamento do músculo cardíaco. Esse impulso tem uma sequência organizada que percorre o sistema de condução fisiológico do coração promovendo a circulação adequada do sangue para todo o organismo”, explica Aristides Medeiros Leite, cardiologista e professor do curso de medicina do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), à CNN.

    O especialista explica que a indicação ou contraindicação da prática esportiva em quem tem arritmia vai depender do tipo da condição. “Existem arritmias sem repercussão, chamadas leves ou begninas, e as com repercussão, chamadas severas ou potencialmente malignas, em relação ao funcionamento do coração”, afirma. Além disso, a prática de atividade física e esporte será recomendada com base na idade do paciente e nos seus fatores de riscos cardiovasculares.

    “Considerando especificamente a arritmia, se essa for severa ou significativamente sintomática, a atividade física ou a prática de esportes, em princípio, devem ser contraindicadas. Principalmente esportes competitivos que demandam esforços bruscos, muita velocidade, percursos longos ou sobrecargas excessivas de peso”, afirma Leite.

    As arritmias graves podem levar a morte súbita provocada pelo exercício intenso. Por outro lado, arritmias leves, ou que não se manifestam durante a prática de exercício físico, não são impeditivas da prática esportiva e de atividade física.

    Avaliação médica é essencial antes da prática esportiva por quem tem arritmia cardíaca

    Para saber se uma pessoa com arritmia pode ou não praticar atividade física, a avaliação médica é uma etapa fundamental e indispensável. “Por exemplo, um teste ergométrico pode mostrar como o coração se comporta ao esforço e, caso a conclusão clínica seja a de que não há riscos, a atividade física irá beneficiar não apenas o coração, como também, todos os sistemas corporais”, afirma Eliana Corrêa, fisioterapeuta e professora do curso de fisioterapia da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), à CNN.

    A especialista explica que a prática de atividade física pode ser benéfica para o tratamento de doenças cardíacas, desde que a intensidade seja definida por profissionais da área, como fisioterapeutas e educadores físicos. “A eficácia de um programa de treinamento físico para essas pessoas dependerá exclusivamente da prescrição precisa da intensidade do exercício, portanto, para cada caso será necessária uma alta gama de testes que ajudem na confecção do protocolo de exercícios”, afirma.

    “Além disso, é de suma importância que o profissional monitore possíveis sintomas da arritmia durante o esforço, como aumento excessivo da frequência cardíaca, palpitação, tontura, sensação de fraqueza, dor no peito, falta de ar e mal-estar”, ressalta.

    A especialista também explica que, apesar de o esporte ser contraindicado por ser uma atividade de alta intensidade, exercícios leves podem ser prescritos para pacientes com arritmias graves, desde que sejam realizados em ambiente controlado e com monitoramento adequado. “Arritmias graves requerem exercícios específicos em um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica”, afirma.

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