Queda de internações é positiva, mas Covid-19 não está erradicada, alerta médica
Cardiologista Ludhmila Hajjar diz que redução dos números da pandemia devem ser celebrados, porém ainda não é possível relaxar em medidas protetivas
O estado de São Paulo registrou no último fim de semana o menor número de internados em UTIs por Covid-19 desde abril de 2020. Para a cardiologista Ludhmila Hajjar, chefe da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas, na capital paulista, o dado é positivo e deve ser comemorado, mas sem o relaxamento de medidas protetivas, uma vez que a doença ainda não foi erradicada.
Em entrevista à CNN, a médica atribuiu a queda nas internações ao avanço da vacinação em todo o país.
“Isso, além da responsabilidade de cada um em manter todas as medidas protetivas, a importância da utilização das máscaras, da higienização e do isolamento das pessoas que tiveram contato com pessoas contaminadas ou infectadas. É um conjunto de medidas que resulta nesse numero favorável”, avaliou.
Hajjar destacou que a queda na ocupação de UTIs dá mais segurança para os profissionais de saúde trabalharem, pois sabem que haverá leitos para pacientes de todas as doenças.
“Não estamos diante da erradicação da doença, mas de um alívio, de redução dos números, e isso é fruto de medidas que foram modificadas nos últimos meses, com mais responsabilidade, uniformidade de informações, e é isso que o Brasil precisa.”
Retirada de máscaras
Ludhmila Hajjar também falou sobre a retirada da obrigatoriedade de máscaras contra a Covid-19, que já começa a ser avaliada por gestores municipais e estaduais. A especialista é contra a decisão de forma regionalizada.
“No meu ponto de vista, e de muitos cientistas, não é momento de discutir a retirada de máscaras. Nós devemos discutir a ampliação da vacinação, a questão do passaporte [sanitário], porque devemos todos se responsabilizar pela saúde alheia”, afirmou.