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    Procurador quer investigação sobre pedido por ‘tratamento precoce’ em Manaus

    Ministério da Saúde confirmou a autenticidade do ofício, mas negou que o documento tenha o objetivo de pressionar os médicos

    Fernando Molicada CNN



     

    Subprocurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado disse à CNN que fará representação para que seja investigado o ofício em que o Ministério da Saúde recomenda à prefeitura de Manaus o uso de medicamentos que integrariam o “tratamento precoce” contra a Covid-19. 

    Segundo Furtado, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que tais medicamentos são ineficazes, seu uso representaria o mesmo que “jogar dinheiro público fora”. Ele afirmou que fará a representação na segunda-feira (18), quando termina o recesso do TCU.

    Publicado pelos jornais ‘Folha de S.Paulo’ e ‘O Globo’, o ofício, assinado no último dia 7, solicita autorização para visitas a unidades básicas de saúde para que seja “difundido e adotado o tratamento precoce”. 

    Assinado pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Isabel Correia Pinheiro, o documento considera “inadmissível” a não adoção das “medicações antivirais orientadas pelo Ministério da Saúde”, que, ressalta, têm “comprovação científica”.

    O Ministério da Saúde confirmou a autenticidade do ofício, mas negou que o documento tenha o objetivo de pressionar os médicos e que seria apenas uma recomendação “para a adoção de tratamentos precoces com antivirais sobre os quais já existem estudos publicados internacionalmente”.

    Em e-mail enviado à CNN, o ministério frisa que os médicos “têm autonomia para receitar a medicação adequada ao quadro de cada paciente”.

    Em outra mensagem, diz que “o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não coagiu
    médicos ou servidores para que eles façam uso de medicamentos” e que o “tratamento precoce aumenta as chances de recuperação e diminui o número de internações”.

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