Primeira imagem gráfica da variante Ômicron mostra mais mutações que a Delta
A imagem mostra uma das estruturas da proteína Spike, utilizada pelo coronavírus para invadir as células humanas, com inúmeras mutações
A variante Ômicron do novo coronavírus preocupa a comunidade científica global devido ao amplo número de mutações. Por serem microrganismos muito simples, os vírus tendem a ganhar novas mutações conforme vão sendo transmitidos de uma pessoa para outra. Algumas mutações não representam qualquer tipo de alteração nas características virais, outras podem conferir vantagens como o aumento da transmissibilidade.
Cientistas italianos divulgaram no sábado (27) a primeira imagem gráfica que representa a estrutura desta nova linhagem, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como variante de preocupação.
Divulgada pelo hospital Bambino Gesù, de Roma, a imagem mostra uma das estruturas da proteína Spike, utilizada pelo coronavírus para invadir as células humanas, parte fundamental do processo de infecção. Na foto, a imagem da variante Ômicron aparece ao lado da representação da variante Delta, mostrando um número superior de mutações.
O que dizem as imagens
A imagem semelhante a um gráfico traz inúmeros pontos associados às mutações do novo coronavírus, com diferentes cores relacionadas ao nível de variabilidade.
Os pontos vermelhos indicam as áreas com variabilidade muito alta, já as marcações em laranja apontam alta variabilidade, os pontos em amarelo são de média variabilidade, já os verdes e os azuis sugerem baixa variabilidade. A área definida como cinza é aquela que não varia.
“Vê-se claramente que a variante Ômicron tem muito mais mutações do que a variante Delta (já por si muito variada), concentrada sobretudo numa área da proteína que interage com as células humanas”, afirmaram os pesquisadores em um comunicado.
Segundo os autores do estudo, o maior número de mutações da variante Ômicron não indica necessariamente que elas são perigosas, mas mostram que o vírus se adaptou ainda mais à espécie humana ao gerar outra variante.
Estudos complementares são necessários para responder se a adaptação do vírus é neutra, mais ou menos perigosa em termos de transmissibilidade, gravidade da doença e escape da eficácia das vacinas.
O trabalho foi desenvolvido por especialistas da Medicina Multimodal do hospital Bambino Gesù, coordenado pelo pesquisador Carlo Federico Perno, supervisionado pela cientista Claudia Alteri (em colaboração com a Universidade de Milão), com a participação dos especialistas Valentino Costabile, Rossana Scutari e Luna Colagrossi.
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