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    Pressão alta também pode atingir crianças e adolescentes; saiba como identificar

    No Brasil, estima-se que a prevalência de hipertensos na população pediátrica varia de 3 a 15%, de acordo com o Ministério da Saúde

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    A hipertensão arterial é uma doença crônica definida pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. A condição faz com que o coração exerça um esforço maior do que o normal para que o sangue seja distribuído no corpo.

    Neste 26 de abril, Dia de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, o Ministério da Saúde alerta que cada vez mais o público jovem, incluindo crianças e adolescentes, tem apresentado alterações na pressão arterial.

    No Brasil, estima-se que a prevalência de hipertensos na população pediátrica varia de 3 a 15%. O diagnóstico pode ser realizado pelo médico pediatra, de maneira simples, pela aferição da pressão em consultas de rotina.

    O médico Carlos Cesar Assef, responsável-técnico da Cardiopediatria e chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), explica que a doença pode ser assintomática na maior parte dos casos e que, quando presentes, os sintomas da pressão alta em crianças e adolescentes podem ser inespecíficos como dor de cabeça, irritabilidade e alterações do sono.

    Assef orienta que os pais fiquem atentos à presença desses sintomas sem outras causas evidentes, além de observar alterações nefro-urológicas como a coloração avermelhada da urina, inchaço ou alterações cardíacas como dor torácica, falta de ar ou palpitações.

    “Todas as crianças com idade igual ou superior a três anos de idade devem ter aferida a pressão arterial durante a consulta pediátrica de rotina. Abaixo dos três anos de idade, a aferição deve ser feita apenas quando as crianças apresentarem história de prematuridade, baixo peso ao nascer, internação prolongada em UIT Neonatal, anemia falciforme, malformações congênitas renais, cardíacas ou neurológicas, neoplasias, transplantes e uso prolongado de corticosteroides”, afirma Assef em comunicado.

    Segundo o especialista, crianças podem nascer com hipertensão arterial. Os casos em geral estão relacionados a malformações congênitas renais ou cardíacas. Os bebês de peso muito baixo ao nascer (<1500 g), prematuros (< 32 semanas) ou que permaneceram internados em UTI Neonatal por tempo prolongado têm fatores de risco aumentados para o desenvolvimento da Hipertensão Arterial Sistêmica na infância, devido ao uso de cateteres de veia umbilical, ventilação mecânica e oxigenioterapia.

    Tratamento da pressão alta

    O tratamento da pressão alta em jovens depende do perfil clínico da doença. No caso da hipertensão arterial sistêmica primária, o tratamento inicial envolve a mudança de hábitos alimentares nocivos, como a diminuição de alimentos ricos em condimentos, gorduras saturadas, açúcares refinados e carne vermelha, além do estímulo à prática de atividade física.

    Nos quadros secundários, atribuídos a outras doenças primárias, deve ser realizado o tratamento da causa de base inicialmente. O uso de medicamentos costuma ser mais precoce para o controle dos níveis da pressão. “A monoterapia, ou seja, o tratamento com um único remédio, é indicada, procurando otimizar a dosagem máxima de um medicamento antes da associação com outros medicamentos”, explica Assef.

    O médico explica que a crise hipertensiva, definida como a elevação súbita da pressão arterial, é rara em crianças e adolescentes. A crise coloca em risco o funcionamento de órgãos como rins, coração e o cérebro. O tratamento requer internação hospitalar, medicações na veia e monitoramento contínuo.

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