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    Pressão alta: cientistas criam aplicativo que auxilia redução do consumo de sal

    Dia Mundial da Hipertensão, 17 de maio, alerta sobre a importância de hábitos saudáveis para diminuir os riscos de complicações pela doença

    Pesquisadores brasileiros desenvolveram um aplicativo que contribui para a redução do consumo de sal
    Pesquisadores brasileiros desenvolveram um aplicativo que contribui para a redução do consumo de sal AnVr/Getty Images

    Lucas Rochada CNN

    em São Paulo

    O consumo excessivo de sal é um fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão. Estima-se que 1,28 bilhão de adultos com idades entre 30 e 79 anos em todo o mundo vivam com pressão alta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Desses, cerca de 46% não sabem que têm a doença e menos da metade são diagnosticados e tratados. Segundo a OMS, o controle da pressão é feito por aproximadamente 1 em cada 5 adultos (21%). A hipertensão é uma das principais causas de morte prematura em todo o mundo. Uma das metas globais para doenças não transmissíveis é reduzir a prevalência em 33% entre 2010 e 2030.

    Mudanças no estilo de vida podem ajudar a baixar a pressão arterial elevada. As recomendações incluem uma dieta saudável e com pouco sal (se possível, abaixo de 2 gramas por dia), manutenção de peso de acordo com a altura e prática regular de atividade física.

    Pesquisadores brasileiros desenvolveram um aplicativo que contribui para a redução do consumo de sal. A tecnologia, criada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi idealizada por Milena Perin, orientada pela professora Marília Cornélio. Os estudos, que contaram com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram conduzidos entre outubro de 2021 e agosto de 2022.

    O aplicativo foi testado em 12 unidades de saúde da cidade de Artur Nogueira, na região de Campinas, com a participação de 43 pessoas, de 20 a 59 anos. Ao longo de dois meses, os voluntários utilizaram a ferramenta, registrando a quantidade diária de sal utilizada no preparo das refeições. O objetivo era restringir a quantidade máxima a 3 gramas, considerando ainda o consumo de sal de outros alimentos, atingindo o máximo de 5g recomendados pela OMS.

    Milena Perin (à esq.), autora da pesquisa, com sua orientadora, a professora Marília Cornélio / Antoninho Perri/Unicamp

    Os usuários também tinham acesso a conteúdos informativos, incluindo vídeos sobre como medir o sal e receitas para substituí-lo. De acordo com o estudo, o consumo apresentou uma queda de 4,6 gramas por dia, no início da pesquisa, para 3,5 gramas. Após o uso do recurso, 67% dos participantes demonstraram vontade em continuar reduzindo a ingestão de sal no cotidiano.

    A tecnologia foi desenvolvido de forma específica para a pesquisa e não está disponível para download. Os pesquisadores sugerem que a ferramenta é eficaz na mudança da mentalidade da população em relação à saúde e pode ser aproveitada por gestores de saúde na formulação e implementação de políticas públicas direcionadas à redução do consumo de sal.

    Cuidado da hipertensão

    A maioria das pessoas com hipertensão não sente nenhum sintoma. Crises de pressão elevada podem causar dores de cabeça, visão turva, dor no peito e outros sintomas. A única maneira de diagnosticar é com a avaliação da pressão arterial por profissional de saúde. Medir a pressão arterial é rápido e simples.

    Se a hipertensão não for tratada, pode levar ao desenvolvimento de outras condições de saúde, como doenças renais e cardíacas. Mudanças no estilo de vida podem ajudar a diminuir a pressão alta. Entre as recomendações estão a adoção de alimentação saudável e com pouco sal, perda de peso, atividade física moderada e regular e deixar de fumar.

    Segundo a OMS, a meta de pressão arterial é inferior a 13/8 se você tiver: doença cardiovascular (doença cardíaca ou acidente vascular cerebral), diabetes (alto nível de açúcar no sangue), doença renal crônica, alto risco para doenças cardiovasculares. Para a maioria das pessoas, o objetivo é ter uma pressão arterial inferior a 14/9, diz a OMS.

    (Com informações da Agência Fapesp)