Presidente da Fiocruz fala sobre incorporação de tecnologia de vacina britânica
A produção da nova vacina contra a Covid-19 será feita no campus-sede da fundação, que fica no bairro de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro
O Ministério da Saúde, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), anunciou neste sábado (27) um acordo com o Reino Unido e a Universidade de Oxford. Com isso, o governo brasileiro será um dos primeiros a fazer a testagem de uma nova vacina contra a Covid-19. O princípio ativo, desenvolvido por pesquisadores da universidade britânica, será enviado para a Fiocruz que será a responsável pela incorporação da tecnologia no Brasil.
A produção será feita no campus-sede da fundação, que fica no bairro de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ao todo, o acordo prevê que mais de 30,4 milhões de doses estejam prontas para serem testadas entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Leia também:
Acordo entre Fiocruz e Astrazeneca pode imunizar metade da população brasileira
Covid-19: testes preliminares da vacina de Oxford chegam a 90% de proteção
Pesquisadora da Unifesp esclarece dúvidas sobre vacina de Oxford
Brasil tem 1.109 novas mortes por Covid-19; total de infectados vai a 1,3 mi
Em entrevista à CNN, a atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, explicou o processo de fabricação e testagem da vacina de Oxford no Brasil. “A Fiocruz, como instituto de ciência e tecnologia do Ministério da Saúde, vem atuando em todo um painel de acompanhamento das vacinas mais promissoras, e essa parceria com a AstraZeneca ocorre neste momento de um entendimento entre os governos brasileiro e britânico e de todo um esforço que a Fiocruz fez no mapeamento destas vacinas”, disse.
Além de receber os insumos direto do Reino Unido, o mais importante desafio da Fiocruz será o de incorporar a tecnologia estrangeira a fim de que o Brasil consiga dominar todas as etapas da produção da vacina. A ideia é que a produção nacional seja auto suficiente e que o país não precise ficar dependente das flutuações de mercado. “A vacina, como sabemos, é um dos principais instrumentos de Saúde Pública. Em todo o mundo se vê a orientação de uma aceleração desse desenvolvimento, sempre de forma eficaz e segura”, completou.
Nísia Trindade destaca, também, a importância do histórico de atuação do instituto voltado para o desenvolvimento de vacinas que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS).
