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    “Precisamos do passaporte da vacina para voltar à vida normal”, diz especialista

    Pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo destaca à CNN que exigência de vacinação contra Covid-19 é recomendável independentemente das variantes

    Léo LopesProduzido por Duda Cambraia*da CNN , em São Paulo

    O surgimento da variante Ômicron do coronavírus e o registros dos primeiros casos em solo brasileiro impulsionaram o debate sobre a exigência do passaporte da vacina em território nacional. Para a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, a obrigatoriedade de vacinação contra a Covid-19 é “muito recomendável como medida de saúde pública independentemente das variantes do vírus”.

    “Nós precisamos exigir o passaporte de vacinação para a reentrada na vida normal. Estar vacinado não é apenas uma proteção pessoal, a coletividade se sente protegida”, disse a especialista em entrevista ao CNN Novo Dia.

    A pesquisadora afirmou que concorda com as orientações dadas pelo conselheiro dos Estados Unidos para questões de saúde, o Dr. Anthony Fauci. Dalcolmo argumenta que a solução para o enfrentamento da variante Ômicron é “vacinar, vacinar e vacinar”. “Precisamos assegurar o máximo de proteção, doses de reforço para todas as pessoas e idades. E temos que sequenciar muito, porque somente com a vigilância genômica poderemos ver qual é a tendência: para onde a variante está se disseminando, e quem ela está contaminando”, complementou.

    Ela acrescenta que o Brasil, apesar dos atrasos, conseguiu atingir um ritmo de vacinação adequado. “Temos entre 64% e 65% da nossa população perfeitamente imunizada [contra a Covid-19]. Gostaria muito de chegar em 80% da população imunizada até o fim do ano. Isso nos daria algum alívio para o enfrentamento de novas ondas e variantes, que podem surgir porque o vírus ainda circula muito em vários locais do mundo”, pontuou.

    Uma notícia positiva que a pesquisadora da Fiocruz destacou foi que o Brasil caminha para uma autonomia na produção de vacinas. Dalcolmo explicou que o instituto carioca foi autorizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para “progredir no processo de fabricação de vacinas de RNA mensageiro”, como os imunizantes contra Covid-19 da Pfizer e da Moderna.

    “Outra questão é a produção de medicamentos, que são testados nesse momento para o verdadeiro tratamento precoce [da Covid]. Sem dúvida nenhuma, o Brasil poderá participar dos estudos, e se propor para ser um país capaz de participar da fabricação desses medicamentos”, concluiu.

    * Sob supervisão de Juliana Alves

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