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    Planos de saúde registram mais de 49,5 milhões de beneficiários em maio, aponta ANS

    Convênios ganham 1,5 milhão de clientes em um ano, impulsionados principalmente pelas contratações empresariais

    Nathalie Hanna Alpacada CNN* , Rio de Janeiro

    Ainda dentro do cenário pandêmico, o Brasil registrou mais de 49,5 milhões (49.584.238) de pessoas com planos de saúde em maio, um aumento de 1,5 milhão (3,14%) de beneficiários em relação ao mesmo mês no ano passado.

    Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (7) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, segundo o levantamento, a alta foi puxada pelas contratações empresariais. No comparativo com abril deste ano, o crescimento foi de mais 240.096 usuários.

    De acordo com o sócio do M3BS Advogados e ex-diretor da ANS, Rogério Scarabel, há dois movimentos que fazem com que esse aumento na assistência médica seja significativo.

    O primeiro pode ser relacionado com a diminuição da taxa de desemprego no país, que ficou em 9,8% no trimestre encerrado em maio, a menor para o período desde 2015, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Percebemos que a empregabilidade teve um progresso positivo e a adesão aos planos de saúde anda conforme essa taxa aumenta. Se olharmos o histórico de entrada de um beneficiário, é nítido que esses dois fatores caminham lado a lado. Cerca de 70% dos planos são coletivos empresariais, então como a taxa de desemprego diminuiu, o número de usuários aumentou no sistema”, analisa.

    Dos 49,5 milhões de beneficiários em maio, mais de 34 milhões (34.290.044) correspondem aos planos empresariais, enquanto 8 milhões (8.971.767) à categoria de contratos individuais ou familiares.

    Para se ter ideia, dos 1.557.174 de novos beneficiários registrados em um ano, 1.526.892 foram incluídos por meio de convênios empresariais.

    Para Scarabel, o segundo ponto tem a ver com a preocupação da sociedade em relação à pandemia do coronavírus. O advogado afirma que, enquanto não diminuir a percepção da população sobre a importância de ter uma segurança na área da saúde, a procura deve ser constante, mesmo que seja em uma variação menor.

    “Como a pandemia não diminuiu e não arrefeceu ao ponto que todo mundo esperava, ter um plano de saúde continua sendo uma prioridade para as famílias brasileiras. A população continua preocupada em garantir uma assistência em um período conturbado. Portanto, esses dois movimentos fazem com que haja esse aumento crescente das vidas nos planos de saúde do país”, observa o ex-diretor da ANS.

    Profissional de saúde realiza teste de Covid-19 em laboratório no aeroporto internacional de São Paulo / 12/01/2022 REUTERS/Roosevelt Cassio

    Nos planos exclusivamente odontológicos, somaram-se mais de dois milhões (2.464.567) de beneficiários em um ano, um crescimento de 8,32% no período, chegando a um total de 29.625.384 em maio. Esse número superou em 252.592 mil o mês de abril deste ano.

    Para a pesquisadora em economia da saúde Maria Cristina Amorim, não resta dúvida que, quando aumenta o emprego, consequentemente crescem os usuários que possuem plano de saúde.

    De acordo com ela, o setor de saúde é muito importante na economia brasileira, pois todas as empresas que atendem planos têm uma demanda maior. Entretanto, Maria Cristina enfatiza que a perspectiva de crescimento econômico do país não é tão alta, o que pode comprometer a empregabilidade.

    “Os planos de saúde não devem ter vida fácil em 2022 e em 2023. Até porque os empregos que estão sendo criados são de salário baixo, o que compromete o tipo de plano de saúde que está sendo comercializado”, avalia a economista.

    Segundo a ANS, nos estados, no comparativo de maio de 2022 com o mesmo mês em 2021, o setor registrou evolução de beneficiários em planos de assistência médica em 24 deles, sendo São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina os que tiveram o maior ganho em números absolutos. Entre os odontológicos, 26 unidades federativas observaram crescimento no comparativo anual, sendo também São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina com maior alta em números absolutos.

    *sob supervisão de Pauline Almeida

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