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    Pessoas têm se contaminado em confraternizações, diz Gabbardo

    O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prorrogou a quarentena no estado até 16 de dezembro

    Da CNN, em São Paulo

     

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (17), João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, falou sobre o aumento de casos e internações por Covid-19 no estado. Segundo ele, a situação se dá especialmente porque as pessoas têm se encontrado mais. 

    “Percebemos que as pessoas com situação socioeconômica melhor, de classe A e B, que tiveram condições de fazer isolamento de forma mais efetiva, estão saindo inadvertidamente”, disse.

    “Sempre tentamos pesquisar qual origem desta contaminação. Temos encontrado nos relatos dos médicos um número muito grande de pessoas que se contaminaram em confraternizações, pessoas que estavam muito tempo sem se encontrar, [se encontraram] achando que já estava tudo bem”, prosseguiu. 

    Nesta terça, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prorrogou a quarentena no estado até 16 de dezembro. A decisão foi motivada principalmente pelo aumento no número de pacientes internados com Covid-19 em todo o estado.

    Na última semana, entre 8 e 14 de novembro, os hospitais públicos e privados registraram alta de 18% nas internações, com a média móvel aumentando de 859 para 1.009.

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    De acordo com Gabbardo, o aumento geral de casos e internações ocorre tanto nos hospitais públicos quanto nos privados. “Só que, nos últimos meses, as populações das regiões com menor condição socioeconômica estavam sofrendo mais com a epidemia. Agora, também está ocorrendo nas classes A e B”.

    Stephanie Rizk, cardiologista do Hospital Vila Nova Star, relatou à CNN que os hospitais da capital estão registrando um crescimento “nunca antes” visto no número de casos de Covid-19 nas últimas 48h.

    “Na última semana, observamos aumento no número de internações e solicitação de internações fora de São Paulo. Todos foram pegos de surpresa porque ninguém imaginava que ia acontecer. O pensamento era de que, se alguém ainda não pegou, não pegaria mais, o que não é verdade,” disse a cardiologista.

    “Tivemos um aumento substancial de casos nas últimas 48h como nunca antes. Não estávamos esperando por isso, todos foram pegos de surpresa. O aumento é real ao ponto de não termos vagas nos principais hospitais particulares de São Paulo.”

    Gabbardo destacou que a qualquer momento uma região pode regredir de fase do Plano São Paulo, que regulamenta os critérios de retomada das atividades no estado, caso haja indicativos para isso. 

    “O período de avaliação só é válido para progressão, para aumento da flexibilização. O Centro de Contingência avalia dados diariamente e, havendo indicativos, pode retornar alguma região para a fase vermelha”, disse.

    “No dia 30 [de novembro], faremos uma nova avaliação para realizar uma progressão das regiões”.

    (Edição: Sinara Peixoto)