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    Pessoas que acordam cedo podem estar mais protegidas da depressão, diz estudo

    De acordo com a pesquisa, hábitos naturais de sono alinhados com os horários tradicionais de trabalho e escola podem favorecer a saúde mental

    Foto: Getty Images (Oscar Wong)

    Sandee LaMotte, CNN

    Você pula da cama de manhã cedo cheio de entusiasmo e pronto para começar o dia? Ou bate o alarme soneca até o último segundo possível e arrasta seu corpo cansado para o trabalho?

    Um “viva” se você é um pássaro matinal, pois seus hábitos naturais de sono, ou ritmos circadianos, estão alinhados com os horários tradicionais de trabalho e escola.

    Mas é um problema se você é uma coruja da noite, preparada para ter um melhor desempenho à tarde e à noite e ficar acordado até mais tarde, de acordo com um novo estudo publicado na revista Molecular Psychiatry.

    O estudo utilizou dados de sono coletados de monitores usados por mais de 85 mil participantes do UK Biobank Study, banco de dados que contém informações genéticas e de saúde detalhadas sobre mais de meio milhão de britânicos.

    Os pesquisadores compararam essas informações sobre o sono a relatos pessoais de humor e descobriram que pessoas com um ciclo de sono desalinhado têm maior probabilidade de relatar depressão, ansiedade e ter menos sensações de bem-estar.

    “Os problemas de saúde associados a ser uma coruja noturna são provavelmente resultado de ser uma coruja noturna vivendo no mundo de pessoas matinais, o que leva a uma perturbação nos ritmos circadianos do corpo”, disse a especialista em sono Kristen Knutson, professora associada de neurologia e medicina preventiva na Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, que não estava envolvida no estudo.

    Desafiar nosso relógio biológico interno parece estar altamente associado a níveis de depressão, e “ter um desalinhamento maior foi associado a maiores chances de depressão”, disse a autora do estudo, Jessica Tyrrell, professora sênior da Faculdade de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido.

    Estudos anteriores, incluindo um de Knutson, identificaram uma relação entre depressão e ciclos de sono. “Embora a evidência mais forte seja de trabalhadores que trocam turnos, com alguns estudos sugerindo que esses indivíduos têm uma prevalência maior de depressão e níveis de saúde e bem-estar mais baixos”, disse Tyrrell.

    Boas notícias para pessoas matinais

    Por outro lado, uma “descoberta nova e importante” do estudo é que aqueles que amam acordar de manhã têm menos probabilidade de ter sono irregular do que os notívagos, disse Knutson.

    “Se você é uma pessoa matutina, tem menos probabilidade de ter depressão e mais probabilidade de relatar um maior bem-estar. Isso pode ser em parte devido ao fato de que as pessoas matutinas têm menos probabilidade de ter ‘jet lag social'”, explicou Tyrrell.

    O “jet lag social” ocorre quando vamos para a cama mais tarde e acordamos mais tarde no fim de semana em relação aos dias de semana, quando temos que levantar para trabalhar. É um termo emprestado do jet lag que experimentamos quando viajamos entre fusos horários. O jet lag social é a “consequência da discrepância entre o próprio ritmo biológico de um indivíduo e o tempo diário determinado pelas restrições sociais”, explicou Tyrrell.

    Outras razões possíveis incluem mais exposição à luz solar para aqueles que acordam cedo, disse Knutson. “A exposição à luz é maior entre os perfis matinais e pode ser reduzida naqueles com maior variabilidade do sono. A terapia com luz solar é um tratamento para algumas formas de depressão”, explicou ela.

    “O desalinhamento circadiano também pode levar a uma duração e qualidade inadequadas do sono, o que também pode prejudicar a disposição e agravar os transtornos do humor”, disse Knutson.

    E, finalmente, há o problema do ovo e da galinha, que muitas vezes atrapalha pesquisas que só podem mostrar uma associação, não uma causa. Também é possível que pessoas com depressão tenham horários de sono mais irregulares, o que precisaria ser explorado em pesquisas futuras.

    (Texto traduzido, para ler o original, em inglês, clique aqui.)