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    Pesquisa revela indicadores de saúde associados a doenças crônicas no país

    Estimativas fornecem a frequência de fatores de risco ou proteção para doenças crônicas com base em respostas de mais de 27 mil brasileiros de todas as capitais

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (7), Dia Mundial da Saúde, resultados da Pesquisa Vigitel 2021, um dos mais amplos inquéritos de saúde do Brasil.

    Ao todo, 27.093 pessoas com 18 anos ou mais, de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal, foram entrevistadas entre os meses de setembro de 2021 e fevereiro de 2022.

    As estimativas fornecem a frequência de fatores de risco ou proteção para doenças crônicas, agrupados por temas que envolvem: tabagismo, excesso de peso e obesidade, padrões de alimentação, padrões de atividade física, consumo de bebidas alcoólicas, autoavaliação do estado de saúde, prevenção
    de câncer e morbidade referida.

    Tabagismo

    O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas, tais como câncer, doenças pulmonares e doenças cardiovasculares.

    A frequência de adultos que fumam variou entre 4% em Aracaju e 14,5% em Campo Grande. As maiores frequências de fumantes foram encontradas, entre homens, em Campo Grande (22,2%), no Distrito Federal (17,7%) e em Curitiba (14,9%) e, entre mulheres, em São Paulo (9,7%), Rio Branco (9,6%) e Florianópolis (8,7%).

    Considerando todas as capitais, a frequência de adultos fumantes foi de 9,1%, sendo maior no sexo masculino (11,8%) do que no feminino (6,7%). No total da população, a frequência de fumantes tendeu a ser menor entre os adultos jovens (antes dos 34 anos de idade) e entre aqueles com 65 anos e mais.

    Em relação aos fumantes passivos, entre os homens, as maiores frequências foram observadas no Rio de Janeiro (11,2%), Distrito Federal (10,2%) e em Aracaju (9,7%) e, entre as mulheres, em Belo Horizonte (10,8%), Rio Branco (10,0%) e Boa Vista (9,9%).

    Excesso de peso e obesidade

    Em pesquisas populacionais, o diagnóstico do estado nutricional é feito a partir do índice de massa corporal (IMC), obtido pela divisão do peso, medido em quilogramas, pela altura ao quadrado, medida em metros (kg/m²). O excesso de peso é diagnosticado quando o IMC alcança valor igual ou superior a 25 kg/m², enquanto a obesidade é diagnosticada com valor de IMC igual ou superior a 30 kg/m².

    A frequência de adultos com excesso de peso variou entre 49,3% em São Luís e 64,4% em Porto Velho. As maiores frequências de excesso de peso foram observadas, entre homens, em Porto Velho (67,5%), João Pessoa (66,5%) e Manaus (65,2%) e, entre mulheres, em Manaus (61,8%), Porto Velho e Belém (61%). As menores frequências de excesso de peso, entre homens, ocorreram em Salvador (50,8%), São Luís (51,4%) e Vitória (55,8%) e, entre mulheres, em Palmas (45%), Teresina (46,4%) e São Luís
    (47,5%).

    Nas capitais, a frequência de excesso de peso foi de 57,2%, sendo maior entre os homens (59,9%) do que entre as mulheres (55%). No total da população, a frequência dessa condição aumentou com a idade até os 54 anos e reduziu com o aumento da escolaridade, segundo a pesquisa.

    Em relação à obesidade, a frequência variou entre 17,9% em Vitória e 26,4% em Porto Velho. As maiores frequências de obesidade foram observadas, entre os homens, em Aracaju (27,9%), Goiânia (26,7%) e Porto Velho (26,6%) e, entre as mulheres, em Manaus (26,6%), Recife (26,5%) e Porto Velho (26,2%). As menores frequências ocorreram, entre homens, em Recife (17,7%), São Luís e Salvador (18,6%), e entre as mulheres, em Palmas (16,1%), Vitória (16,8%) e Teresina (17,2%).

    Pesquisa revela indicadores de alimentação saudável da população brasileira / Louis Hansel/Unsplash

    Consumo alimentar

    A pesquisa Vigitel também reúne indicadores do consumo de alimentos considerados marcadores de padrões saudáveis de alimentação (incluindo frutas e hortaliças, feijão e alimentos não ou minimamente processados que são protetores para doenças crônicas) e marcadores de padrões não saudáveis de alimentação (como refrigerantes e alimentos ultraprocessados).

    Na análise, foi considerado regular o consumo de frutas e hortaliças quando ambos alimentos eram consumidos em cinco ou mais dias da semana. A frequência de adultos que consomem regularmente frutas e hortaliças variou entre 22,6% em Rio Branco e 44,7% em Belo Horizonte.

    As maiores frequências, entre homens, foram encontradas em Curitiba (37,1%), Belo Horizonte (36,7%) e Porto Alegre (35,9%) e as menores em São Luís (14,0%), Rio Branco (19,2%) e Salvador (20,2%). Entre mulheres, as maiores frequências foram encontradas em Florianópolis (52,1%), Belo Horizonte (51,4%) e no Distrito Federal (50,3%) e as menores em Rio Branco (25,7%), Porto Velho (28,2%) e Salvador (30,6%).

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças, o que equivale, aproximadamente, ao consumo diário de cinco porções desses alimentos.

    A frequência de adultos que referiram o consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana variou entre 4% em Natal e 25,7% em Porto Alegre.

    As maiores frequências, entre homens, foram encontradas em Campo Grande (28,8%), Porto Alegre (27,6%), e Cuiabá (24,6%) e, as menores em Natal (4,6%), Salvador (6,9%) e Teresina (7,1%). Entre mulheres, as maiores frequências foram encontradas em Porto Alegre (24,2%), Cuiabá (16,2%) e em Curitiba (15,8%), e as menores frequências em Maceió (2,8%), Natal (3,4%) e Salvador (3,8%).

    No conjunto de capitais, a frequência do consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana foi de 14%, sendo mais elevada entre homens (17,2%) do que entre mulheres (11,3%).

    A frequência de adultos que referiram o consumo de cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados no dia anterior à entrevista variou entre 10% em Salvador a 27,8% em Macapá.

    As maiores frequências dessa condição entre homens foram encontradas em Curitiba (32,3%), Porto Alegre (30,0%) e Manaus (29,7%), e as menores ocorreram em Salvador (13,3%), Aracaju (15,1%), João Pessoa e Vitória (15,3%). Entre mulheres, as maiores frequências foram encontradas em Macapá (26,9%), Cuiabá (20,4%) e Porto Alegre (19,7%), e as menores em Salvador (7,3%), Vitória (8,6%) e Florianópolis (10,5%).

    Atividade física

    Na pesquisa, foram avaliadas atividades físicas praticadas em quatro contextos: no tempo livre ou lazer, na atividade ocupacional, no deslocamento e no âmbito das atividades domésticas.

    A frequência de adultos que fazem atividade física no tempo livre equivalente a pelo menos 150 minutos de prática moderada por semana variou entre 32,3% em São Paulo e 44,0% em Vitória.

    Entre homens, as maiores frequências foram encontradas em Belém (50%), Recife (49,2%), São Luís e Aracaju (49%), e as menores em Campo Grande (35,9%), São Paulo (36,6%) e Cuiabá (39,6%). Entre mulheres, as maiores frequências foram observadas em Vitória (44,5%), Palmas (41,7%) e Natal (39,7%), e as menores no Rio de Janeiro (24,2%), em São Paulo (28,7%) e Porto Alegre (30,1%).

    A pesquisa considera como prática insuficiente de atividade física o equivalente a menos de 150 minutos semanais da soma de tempo gasto em todos os tipos de atividades físicas moderadas e menos de 75 minutos de intensidade vigorosa.

    A frequência de adultos com prática insuficiente de atividade física variou entre 39,8% em Goiânia e 51,8% em Porto Alegre. Entre homens, as maiores frequências foram encontradas em Campo Grande (46,1%), Cuiabá (44,8%) e João Pessoa (43,5%), e as menores em Goiânia (30,3%), Boa Vista (33,7%) e Natal (33,9%). Entre mulheres, as maiores frequências foram observadas no Rio de Janeiro (63,1%), em Porto Alegre (59,6%) e Manaus (59,2%), e as menores em Florianópolis (43,4%), Goiânia (48,2%) e
    Vitória (48,8%).

    Estado de saúde

    A frequência de adultos que avaliaram negativamente seu estado de saúde (como ruim ou muito ruim) variou entre 3,0% em Florianópolis e 7,2% em Rio Branco. No conjunto das 27 cidades, 4,7% dos indivíduos avaliaram negativamente o seu estado de saúde, sendo essa proporção maior em mulheres (5,5%) do que em homens (3,7%).

    A frequência de adultos que referiram diagnóstico médico de depressão variou entre 7,2% em Belém e 17,5% em Porto Alegre. No contexto das capitais, a frequência do diagnóstico médico de depressão foi de 11,3%, sendo maior entre as mulheres (14,7%) do que entre os homens (7,3%).

    Os dados da pesquisa Vigitel são utilizados por gestores e analistas de dados na formulação de políticas públicas em saúde.

    De acordo com o Ministério da Saúde, a partir deste ano, as informações geradas também serão disponibilizadas na Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS), permitindo a consulta aos indicadores para cada fator de risco monitorado por ano.

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