Pelo menos 28 crianças estão internadas com Covid-19 na cidade do Rio
Segundo especialistas ouvidas pela CNN, não houve aumento da gravidade entre as crianças após a circulação de novas variantes no país
Ao menos 28 crianças estão internadas com Covid-19 em hospitais públicos do Rio de Janeiro, de acordo com dados do Censo Hospitalar da prefeitura atualizado às 20 horas desta quarta-feira (14). Destas, nove estão em leitos de UTI.
O Hospital Federal da Lagoa, na Zona Sul da capital, registra oito crianças internadas em terapia intensiva e as quatro vagas de pediatria para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na unidade estão ocupadas por crianças com teste positivo para o novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 3.031 crianças de até 9 anos de idade foram contaminadas no município, segundo a última atualização dos dados do Painel Covid-19.
Com as novas variantes em circulação no país, como a de Manaus, o número absoluto de crianças infectadas aumentou, assim como aconteceu com adultos. A pediatra e professora da USP, Ana Escobar, porém, ressalta que até o momento não foi observado um aumento de gravidade no quadro clínico entre as crianças.
No Brasil, mais de 20 mil bebês menores de um ano foram hospitalizados por SRAG até o dia 20 de janeiro, data da última atualização do Painel do Ministério da Saúde. Já crianças de 1 a 5 anos, o número de hospitalizações no país chegou a 36.431.

Uma preocupação entre pais ou responsáveis é a transmissão do vírus pelas crianças. De acordo com a infectologista pediátrica Cristiana Meirelles, na maioria das vezes, o caso índice, que é o primeiro caso confirmado na casa, ocorre em um adulto. “Não é impossível, mas é raro que a transmissão comece pelas crianças até mesmo porque, em geral, elas são assintomáticas. Ou seja, quanto menos a gente tosse, espirra e elimina o vírus, menor é a chance de transmitir para outras pessoas”, explica.
Na visão da infectologista, o retorno das aulas presenciais não é um problema se os protocolos de segurança forem adotados, como a redução de alunos por turma, janelas abertas e uso de máscara de proteção. “A escola não é de forma nenhuma um local importante na cadeia de transmissão do vírus. Por isso que a gente sempre recomenda que, em um lockdown, a escola tem que ser a última a fechar e a primeira e abrir”, diz Cristiana.
Em relação à possíveis sequelas, a terceira especialista ouvida pela CNN, a pediatra Roberta Maranhão, da UFRJ, disse que é possível que crianças tenham algum problema pós-infecção, como cansaço e síndrome inflamatória multissistêmica, uma doença rara que atinge os vasos sanguíneos. No entanto, Roberta afirma que é incomum que a população infantil tenha sequelas e que a grande maioria se recupera totalmente e de forma rápida.
*Sob supervisão de Robson Santos