Peeling de fenol: “renascimento” estético da pele tem recuperação dolorosa; veja
Aplicação de ácido no rosto provoca descamação profunda; dermatologista faz alertas
Machas escuras na pele, rugas, olheiras, melasmas, desejo pela “juventude eterna” ou melhora da autoestima.
Esses são alguns dos motivos da viralização do peeling de fenol, um procedimento estético de aplicação de ácido na pele do rosto que causa dor intensa. No TikTok, é comum encontrar vídeos de usuários registrando o processo de recuperação, o que, muitas vezes, pode causar aflição.
A dermatologista Juliana Toma, responsável por uma clínica em São Paulo, explicou que o peeling de fenol consiste na aplicação de ácido sobre a pele, promovendo a desnaturação ou quebra das proteínas presentes, resultando em descamação e estimulando a renovação celular e produção de colágeno.
Segundo a médica, antes o procedimento era feitos somente em centro cirúrgico e com monitoramento rigoroso, devido à sua alta toxicidade.
Posteriormente, porém, foram desenvolvidas formulações que permitem o uso do fenol em consultórios médicos de maneira mais suave, segura e monitorada – e com resultados que são vistos rapidamente.
Riscos do peeling de fenol
Segundo a especialista, a aplicação não é indicada para pacientes com problemas nos rins, fígado e coração, pois o fenol é cardiotóxico e apresenta efeito nocivo sobre a ação do coração, o que pode ter efeitos graves.
A morte de um homem de 27 anos que teria acontecido após a realização do procedimento na cidade de São Paulo é investigada pela Polícia Civil. Na tarde da segunda-feira (3), a Polícia Militar atendeu a uma ocorrência em uma clíica de estética no Campo Belo (Zona Sul). Quando a equipe chegou ao local, o homem já estava desacordado. Apesar das tentativas de reanimação, o homem não resistiu
A esteticista Natália Becker, 29, disse que havia realizado um procedimento de “peeling facial” — com aplicação de Alivium 500 mg —, e o jovem teve dificuldade para respirar e pediu ajuda.
Tipos de peeling de fenol
A dermatologista Juliana destaca que cada tipo de peeling tem uma característica diferente, sendo classificados como superficiais, médios e profundos. Ela explica que os peelings superficiais são mais suaves, com menor chance de manchas e infecções, e são indicados para renovar a pele e melhorar manchas leves.
“O peeling de ácido retinóico é um exemplo disso. Ele promove uma leve descamação, melhora a textura da pele e apresenta rápida recuperação, normalmente entre cinco a sete dias”, diz.
Para quem deseja melhorar manchas e ver efeito maior de rejuvenescimento, é indicado o peeling médio. Porém, ele provoca maior descamação e vermelhidão. É indicado para pessoas de pele clara (de fototipo 1, 2 e 3).
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Já o peeling profundo é indicado para pacientes com envelhecimento mais avançado, com rugas profundas e manchas e tem a aplicação do ácido de fenol.
Porém, a dermatologista faz um alerta: ele só deve ser realizado por um médico especialista em uma clínica especializada ou ambiente hospitalar, com a presença de uma equipe médica e acompanhamento constante do paciente.
“Sua principal característica é alcançar toda a profundidade da pele, melhorando significativamente rugas profundas e manchas. E por isso ele causa dor, inclusive, o uso de anestésicos e analgésicos pode ser necessário”, explica.
A dermatologista alerta que os procedimentos citados jamais devem ser realizados em casa, pois a substância penetra na pele até a segunda camada, destruindo a epiderme e a derme.
Pele sensível e dolorida
É preciso ter atenção e cuidado após o peeling de fenol, especialmente na primeira semana após o procedimento, quando podem ocorrer edema e descamação mais intensa.
Nos primeiros 15 dias, é comum ter a pele mais vermelha, que desaparece gradualmente. Já no segundo ou terceiro mês, a vermelhidão estará sob controle, momento em que o uso de filtro solar será liberado.
“A pele fica sensível e dolorida por alguns dias após o procedimento, geralmente descrita como moderada a forte. Esta dor, embora persistente, pode ser controlada com medicamentos específicos, como analgésicos e anti-inflamatórios”, ressalta Juliana.
Inchaço e vermelhidão
Com o desejo de ter uma aparência mais jovem e saudável, é preciso compreender que o processo de recuperação é longo e intenso, de 20 a 30 dias – além de doloroso e aflituoso, é demorado. O alto risco de infecção também é bastante elevado, exigindo cuidados especiais.
A dermatologista ressalta que os profissionais médicos fornecerão um conjunto personalizado de tratamentos, incluindo um creme cicatrizante, um creme antioxidante, um creme de acabamento e proteção solar, específicos para o estado da pós-peeling de fenol.
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Ela ainda explica que quando o procedimento é mal-executado, especialmente por profissionais não qualificados, o paciente pode ter “uma reação adversa” ao fenol, resultando no surgimento de feridas, cicatrizes queloides, manchas escuras, ausência de pigmentação –conhecida como hipopigmentação– ou até mesmo infecções bacterianas e virais.
Investimento alto
Caso você tenha se interessado no peeling de fenol, saiba que irá desembolsar algumas centenas de milhares de reais.
Além disso, o tratamento não é indicado para todos os tipos de pele: quanto mais escura a pele, maior é o risco de descoloração ou manchas. E para as pessoas que apresentam herpes labial, é necessário fazer uma profilaxia prévia com Aciclovir, com indicação e acompanhamento médico.
(Com informações de Guilherme Gama, da CNN)
