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    Passaporte é valorização do ato de se vacinar, diz ex-presidente da Anvisa

    Dirceu Barbano cobrou do governo urgência em discutir as solicitações da Anvisa, que pede obrigatoriedade do passaporte da vacina para turistas estrangeiros

    Raphael CoracciniLayane Serranoda CNN , Em São Paulo

    Uma eventual medida de exigência do passaporte de vacinação para entrar no Brasil, medida que será discutida na tarde desta segunda (6) entre governo e Anvisa, tem a capacidade de valorizar o ato de se vacinar.

    É o que afirmou o ex-presidente da Anvisa Dirceu Barbano à CNN nesta segunda ao ser questionado sobre as medidas que a agência está solicitando junto ao governo para evitar disseminações da nova variante no país.

    Nesta tarde, a agência deve se reunir com membros do governo para discutir as recomendações feitas para  solicitação de comprovante vacinal para entrar no país e aumento no número de países com restrições de voos.

    “À medida que você passa a exigir, você dá um sinal claro de que a vacina é algo fundamental na política pública de controle da epidemia de Covid”, disse Barbano. “Vejo como valorização do ato de se vacinar”, afirmou.

    Segundo o ex-diretor da agência, a exigência do passaporte vacinal vai “colocar o Brasil na mesma página de outros países, que tratam da vacina como algo prioritário para controle da pandemia”.

    Ele ressalta que apenas a exigência do teste não é suficiente para conter uma disseminação da nova variante porque a pessoa pode estar no tempo de carência para a detecção da infecção ou mesmo adquirir o vírus já dentro do país.

    Recomendações precisam ser seguidas

    Barbano se diz “desconfortável” com o tratamento que a Anvisa recebe do governo e questiona o discurso oficial de que a pandemia é um assunto prioritário.

    “Eu fico desconfortável de ver que o governo precisa marcar uma reunião depois uma solicitação da Anvisa no dia 26. Isso mostra mais uma disfuncionalidade do governo em fazer essa coordenação”, aponta.

    Bloqueio de voos

    Sobre o bloqueio de voos de determinados países da África, outro assunto que será discutido na reunião, Barbano diz que tende a criar um “apartheid”, mas que é uma medida que precisa ser tomada até que seja descoberto o potencial real de disseminação e mortalidades da nova cepa.

    “Quando você passa a restringir (voos dos países africanos), você vai criando um apartheid que nenhum de nós deseja. Por outro lado, são importantes para aguardar um pouco mais informações massivas sobre a eficácia das vacinas”, avaliou.

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