Para evitar ficar sem vacina, Fiocruz prepara novo acordo para receber insumos
A fundação corre o risco de ficar sem os imunizantes a partir de agosto; uma interrupção momentânea da produção de doses deve ocorrer na próxima semana
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) espera fechar até o final deste mês um contrato para recebimento de mais remessas do insumo farmacêutico ativo (IFA) oriundo da China, e que é necessário para produção da vacina de Oxford contra a covid-19 no Brasil. O acordo é com a Astrazeneca e, segundo apurou a CNN, servirá para garantir matéria-prima para o país enquanto a produção da vacina contra Covid-19 100% nacional não fica pronta.
Apesar dos atrasos, a Astrazeneca tem acordo para fornecer IFA para Fiocruz até o mês de junho, o que garante a produção de doses até julho. Entre agosto e setembro o Fiocruz prevê o risco de interrupção no envio das doses da vacina de Oxford para o PNI. Para evitar isso, a instituição quer que a empresa forneça mais insumos, numa espécie de prolongamento do atual contrato.
Mas o problema previsto para ocorrer daqui três meses já reverbera, em menor escala, nos próximos dias. A Fiocruz informou que terá uma interrupção momentânea da produção de doses da vacina em meados da semana que vem, até a chegada da primeira remessa de IFA do mês de maio, programada para o dia 22.
Apesar de não ter conseguindo evitar essa interrupção, a instituição afirma que as entregas das vacinas estão garantidas até a terceira semana de junho. Isso porque leva quatro semanas para o IFA se transforme em vacina pronta e enviada ao PNI. Se as remessas de matéria-prima dos dias 22 e 29 de maio chegarem como previsto, a Fiocruz garante que conseguirá entregar a produção calculada para o restante do mês de junho e o mês de julho. No entanto, a interrupção na produção durante a próxima semana, pode, segundo a Fiocruz, causar impacto na quantidade de doses a serem entregues no dia 18 de junho.
O laboratório de BioManguinhos recentemente atingiu a capacidade de produzir 1 milhão de doses por dia da vacina.
A CNN procurou a AstraZeneca e aguarda retorno.