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    Para alcançar cobertura vacinal ideal, Rio precisa imunizar 1,3 milhão de pessoas

    Na capital fluminense, 93.990 moradores não compareceram aos postos de saúde para receber a primeira dose contra a Covid-19

    Iuri CorsiniMaria Mazzeida CNN , no Rio de Janeiro

    Para alcançar o patamar ideal de cobertura vacinal, em torno de 80%, como orienta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a cidade do Rio de Janeiro ainda precisa que cerca de 1,3 milhão de pessoas se vacinem. No entanto, nove meses após o início da campanha de imunização, 93.990 moradores do Rio sequer apareceram nos postos para receber a primeira dose da vacina.

    De acordo com especialistas, esses não vacinados podem comprometer a imunização do estado porque o vírus continua a circular, pode sofrer mutações ou levar ao desenvolvimento de variantes que podem ser mais resistentes às vacinas disponíveis.

    Deste grupo, a faixa etária entre 12 e 17 anos tem a maior parcela não vacinada, sendo 49.191 adolescentes. Logo após estão as pessoas de 30 a 39 anos, totalizando 24.319 que decidiram não se vacinar até o momento. Na sequência, aparecem os idosos com mais de 80 anos (8.870 não vacinados) e de 70 a 74 anos (8.590 não vacinados) e jovens adultos de 18 e 19 anos, com 3.020 ainda sem vacinas. Nas demais faixas etárias, não há dados sobre não vacinados com a primeira dose.

    “Quando a pessoa decide não se vacinar, ela precisa entender que isso terá consequência e pode ser contaminando um familiar e um amigo. As vacinas foram e estão sendo desenvolvidas para salvar. Decidir não se vacinar também diz respeito à saúde do outro porque quanto mais pessoas imunizadas, menos o vírus circula e menos chances damos para que ele se torne mais resistente”, destacou a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo.

    Atualmente, de acordo com o painel de vacinação da Secretaria Municipal de Saúde, 60% da população da cidade está com o esquema vacinal completo. A prefeitura tem planos de liberar o uso obrigatório da máscara em ambientes abertos quando atingir 65% da população vacinada com as duas doses.

    A pesquisadora da Fiocruz, Margareth Portela, mostra preocupação em relação à possibilidade da liberação do uso de máscaras. Para ela, “não há número mágico”, em relação ao percentual mínimo para que se estabeleça a liberação do uso do equipamento de proteção facial.

    “É legítimo que se flexibilize as atividades, mas a cautela e a associação de outras medidas, o uso de máscaras é uma delas, deve ser cultivado por mais tempo. Claro, usando o bom senso”, diz ela.

    “Se você estiver num lugar aberto, fazendo uma atividade física, tudo bem você tirar a máscara. Mas em ambientes, mesmo que abertos, com muita gente aglomerada, a máscara ainda se faz necessária. Não tem lógica sinalizar que as máscaras não serão mais necessárias”, completa e defende que a vacinação tem que atingir, no mínimo, 80% de cobertura completa.

    Nesta sexta-feira (15), o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que acredita que nos próximos sete dias o município do Rio atingirá os 65% de população vacinada e, com isso, irá diminuir as medidas restritivas na cidade.

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