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    Pandemia potencializou o problema da saúde mental em crianças, aponta Unicef

    À CNN Rádio, Mário Volpi, representante do Unicef, defendeu a criação de políticas públicas para crianças e adolescentes

    Chefe do Unicef recomenda investimento em esporte, lazer e cultura para os mais jovens
    Chefe do Unicef recomenda investimento em esporte, lazer e cultura para os mais jovens Los Angeles Times via Getty Imag

    Amanda Garciada CNN*

    O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um estudo que aponta que a pandemia de Covid-19 teve um impacto considerável na saúde mental de crianças e jovens ao redor do mundo.

    A pesquisa, que englobou 21 países, descobriu, por exemplo, que um entre cinco jovens de 15 a 24 anos sofre de depressão ou tem pouco interesse em ter uma vida ativa.

    Em entrevista à CNN Rádio, o chefe do programa de cidadania dos adolescentes do Unicef no Brasil, Mário Volpi, disse que a pandemia “potencializou o problema da saúde mental”.

    Três fatores, de acordo com Volpi, causaram a escalada na questão mental para esta faixa etária. “Essa é uma fase da vida de muita interação. O desenvolvimento mental depende das interações e [elas] foram interrompidas. O Brasil é o país que ficou mais dias sem aulas presenciais no mundo, por exemplo.”

    Além disso, ele cita o isolamento, que culminou na redução das atividades físicas, de “mexer, mover, brincar, correr”. “Esse isolamento de crianças em casa, ou em espaços restritos, também agravou a situação.”

    “O terceiro [fator] é a tristeza, luto, pela perda de um ente querido, e essa impossibilidade de falar com alguém diferente. Às vezes relações familiares ficaram tensas, em ambientes pequenos”, acrescentou.

    Na avaliação de Mário Volpi, a solução passa pela necessidade de criação de “políticas públicas focadas em saúde mental para crianças e adolescentes, com serviços e atividades que os coloquem em espaço de segurança para poder falar sobre o que estão passando.”

    O especialista entende que os investimentos devem ser mais robustos. “O Brasil tem no SUS uma rede de apoio psicossocial, com profissionais especializados, mas ainda é pequena para o atendimento, está localizada nos grandes centros urbanos. O apelo do Unicef é para que haja aumento do investimento na área de saúde mental e na assistência social, esporte, lazer, cultura, para que todos os profissionais tenham capacitação mínima.”

    *Com produção de Bel Campos