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    Outubro rosa: o que é e a importância da detecção precoce do câncer de mama

    E a campanha tem efeitos concretos. Outubro é o mês em que mais se diagnostica a doença

    Anna Satie, da CNN, em São Paulo

    Cristo Redentor no Rio de Janeiro iluminado de rosa por campanha do Outubro Rosa
    Cristo Redentor no Rio de Janeiro iluminado de rosa por campanha do Outubro Rosa
    Foto: Thomaz Silva/Agência Brasil (5.out.2015)

    Não é incomum que, todos os anos, durante o mês de outubro, monumentos e pontos turísticos sejam iluminados com luzes de cor rosa.

    As ações fazem parte do Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama, realizada no Brasil desde 2002.

    Internacionalmente, o movimento é ainda mais antigo: foi em 1990 quando a fundação norte-americana Susan G. Komen, voltada para o combate desse tipo de câncer, organizou a primeira Corrida pela Cura. Todos os participantes ganharam o lacinho rosa que caracteriza a ação adotada no mundo todo.

    E a campanha tem efeitos concretos. A médica Paula Saab, que faz parte da SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia), conta que outubro é o mês em que mais se diagnostica a doença.

    “Outubro é o mês em que mais fazemos diagnósticos. Muitas mulheres não sabem ou não têm coragem de fazer o exame, mas, pela campanha, todo mundo falando, vão lá e fazem. A campanha têm uma relevância muito grande para a sociedade”, diz.

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    A detecção precoce do câncer de mama, diz Saab, é o maior definidor do resultado do tratamento. “Quando diagnosticados pequenos e tratados em estado inicial, os tumores demandam um tratamento menos agressivo e têm resultados melhores em termos de cura”, explica.

    Segundo estudos da fundação Susan G. Komen, apenas cerca de 5% a 10% dos casos de câncer de mama têm causa genética hereditária. A grande maioria é gerada por mutações espontâneas ao longo da vida, que podem estar associadas a motivos comportamentais.

    “Há vários estudos que mostram que os hábitos de vida, como o comportamento alimentar, o sobrepeso e a obesidade, e a prática de exercícios físicos, estão diretamente ligados à incidência do câncer de mama”, diz a especialista.

    “Quando o IMC (Índice de Massa Corporal) se mantem abaixo de 25 , há exercício regular, não há consumo de bebida alcóolica regularmente e não se pratica o tabagismo, a redução [de incidência de câncer de mama] é em torno de 20%”.

    A fala de Paula está diretamente relacionada ao mote da campanha Outubro Rosa da SBM neste ano, “Quanto Antes, Melhor”.

    “Nosso alerta é para quanto antes mudar o estilo de vida, melhor para a saúde. Isso envolve exercícios, alimentação saudável e a consciência da saúde preventiva como um todo”, disse o presidente da SBM, Vilmar Marques, em comunicado.

    Apesar da campanha ser principalmente voltada para as mulheres, que constituem a maior parte das vítimas da doença, o câncer de mama também pode afetar homens cisgêneros e transgêneros não mastectomizados. Por isso, a qualquer irregularidade, é indicado consultar um médico.

    Autoexame

    Mulher segura fita cor-de-rosa, símbolo da campanha Outubro Rosa
    Mulher segura fita cor-de-rosa, símbolo da campanha Outubro Rosa
    Foto: Angiola Harry/Unsplash

    Apesar do autoexame ser um grande foco do Outubro Rosa, Saab diz que, quando os nódulos nas mamas podem ser palpados, é porque já estão grandes demais.

    “Para conseguir palpar, o nódulo precisa ter no mínimo dois centímetros, o que a gente já considera relativamente grande. Por meio dos exames, a mamografia e a ultrassonografia, é possível detectar nódulos a partir de cinco milímetros”, conta.

    A médica explica que a grande maioria dos tumores se manifesta como nódulos. “A maioria [dos tumores] são benignos, mas a apresentação mais comum do câncer é o nódulo. E se a mulher aparece com um nódulo, a gente sempre vai investigar”.

    A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a quem tem mais 40 anos que faça os exames de detecção anualmente.

    Muitas pessoas evitam tanto o autoexame quanto a mamografia por desconforto ou medo de sentir dor. “A sensibilidade da mama é variável, tem mulher que sente mais e que sente menos. Na hora de fazer a mamografia, como tem que haver a compressão, tem mulheres que vão sentir mais desconforto. Mas não é para ser um exame dolorido”, explica Saab.

    O autoexame, a médica diz, deve ser encarado como um ritual de autocuidado e não tem uma fórmula correta para ser feito.

    “Antes a gente dizia ‘levanta o braço, abaixa o braço…’. Hoje, o que a gente orienta, é que cada mulher identifique um método próprio, como mais gosta de se palpar”, afirma.

    “Quando se cria um padrão, é mais fácil saber se sentiu algo diferente. Mas a gente não quer que isso aconteça, queremos detectar antes de conseguir palpar”. 

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