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    Ordens difusas agravaram a situação, diz Gabbardo ao comentar 100 mil mortos

    Sobre sua fala quando ainda estava no Ministério da Saúde de que o Brasil não iria ultrapassar a marca de 100 mil mortes, Gabardo disse que não voltaria atrás

    Da CNN, em São Paulo

    Ex-secretário do Ministério da Saúde e atual secretário-executivo do Centro de Contingência do combate ao coronavírus em São Paulo, João Gabbardo falou à CNN, nesta segunda-feira (10) sobre a marca de 100 mil mortos pela pandemia no Brasil – registrada no sábado.

    Para Gabbardo, as ordens difusas de autoridades dificultaram o enfrentamento da Covid-19 no país.

    “Temos que discutir as posições de como enfrentar a pandemia. Temos um grupo relevante, como profissionais de saúde, que passaram a vida estudando o tema de epidemiologia, dizendo que era necessário o distanciamento social. Mas também tivemos um grupo menor, mas com capacidade de comunicação nas redes sociais, dando mensagem diferente,” disse o médico.

    “Eles diziam para a população que o vírus ia passar de qualquer maneira. Dessa maneira você trouxe dúvidas para a população. Ordens difusas acabaram agravando a situação da pandemia.”

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    O médico ressaltou que o país está há semanas em um platô de 7 mil mortes por semana e que isso é resultado da falta de políticas rígidas sobre distanciamento social.

    João Gabbardo
    João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência do novo coronavírus em SP
    Foto: CNN (10.ago.2020)

    Previsão

    Sobre sua fala quando ainda estava no Ministério da Saúde de que o Brasil não iria ultrapassar a marca de 100 mil mortes, Gabardo disse que, se voltasse no tempo, repetiria o que disse anteriormente.

    “Se voltasse no tempo, eu repetiria o que disse naquele momento. Em 3 de abril, tínhamos 359 óbitos. Não imaginava que poderia chegar a 100 mil mortos. É um vírus muito difícil e complicado, temos que dar a maior importância para ele. A pior coisa no momento é minimizar a pandemia, já que estamos enfrentando um inimigo poderoso,” disse Gabardo.

    “Nossas opções de tratamento não estão sendo suficiente para lidarmos com casos graves.”

    (Edição: Sinara Peixoto)